Stranger Things: O começo do fim da série da Netflix

Série da Netflix se encaminha para o final na mais longa e ambiciosa temporada até agora

Os Irmãos Duffer sabem bem que faz um tempo. Eles estão cientes.

É chover no molhado, mas já se passaram três anos desde que a terceira temporada de Stranger Things deixou os fãs com um grande gancho ao explodir o shopping Starcourt, matando Billy, deixando Eleven sem seus poderes e aparentemente matando Hopper antes de revelar que ele foi parar, na verdade, Rússia. Digamos que os fãs não estão tão pacientes para voltar à Hawkins.

Mas Matt e Ross Duffer, criadores, roteiristas, diretores e produtores-executivos, junto de Shawn Levy, diretor ocasional de episódios, insistem em dizer que esse atraso não se deve somente à pandemia da Covid-19 que enfrentamos nesse tempo – embora certamente tenha sido fundamental. Acontece que esta é, sem dúvida, a temporada mais ambiciosa de Stranger Things até agora, em termos de locais, efeitos visuais, duração dos episódios e história abrangente; tanto é que os próprios Duffers fizeram uma comparação a Game of Thrones, pela estrutura narrativa ramificada.

“Nós provavelmente deveríamos ter sido mais espertos antes”, ri Levy. “Assim que li os esboços da 4ª temporada, lembro-me de enviar mensagens para os irmãos do tipo: 'Você percebe que isso aqui é gigante?'”

Eles sabem que é.

“É simplesmente enorme”, revelou Matt Duffer. “São duas temporadas. É quase como se tivéssemos filmado duas temporadas seguidas, é como eu enxergo”.

Imagem: Stephen Wilkes/Netflix

Acontece que esta é a primeira temporada de Stranger Things a ser dividida em duas partes, com a Parte 1 chegando em 27 de maio e um segundo lote de episódios chegando à Netflix em 1º de julho. Não é só uma das temporadas de TV mais caras de todos os tempos, com o Wall Street Journal revelando recentemente que houve um orçamento por episódio de US$ 30 milhões (a título de comparação, o já mencionado Game of Thrones faturou cerca de US$ 15 milhões por episódio em sua última temporada). Mas há muito envolvido em cada um desses episódios, como os Duffers antecipam.

Apesar do fato de que a contagem de nove episódios seja um pouco a mais do que a da terceira temporada, Ross diz que a quarta é “quase o dobro” em termos de duração total. À medida que os Duffers faziam malabarismos com várias histórias – com Byers e Eleven na Califórnia, a equipe de Hawkins descobrindo um novo mistério em Indiana e Hopper sozinho na Rússia – rapidamente ficou evidente que esta penúltima temporada seria enorme. Na verdade, Matt brinca que a quarta temporada tem dois episódios longos o suficiente para serem considerados lançamentos de filmes, e que “um seria um filme muito longo”.

“Lancei dois filmes no tempo em que fizemos a quarta temporada”, observa Levy. “Temos múltiplos episódios que são maiores do que Free Gay e o Projeto Adam”.

“Nós realmente queríamos dar o máximo que pudéssemos a nossos personagens, para que tivessem tempo para brilhar e realmente trabalhar no desenvolvimento de seus personagens e seus arcos”, diz Ross, ao justificar a duração da quarta temporada. “E falamos sobre esta ser uma temporada muito reveladora, pois há muitas coisas que queremos contar ao público e revelar em termos do Mundo Invertido e o que realmente está acontecendo aqui em Hawkins”.

É também um retorno marcante a um tom mais sombrio e inspirado no terror. Depois de uma segunda temporada particularmente sombria que viu o amado personagem Bob ser morto e Will possuído, os Duffers disseram que estavam empolgados para fazer algo mais pop e divertido, daí o cenário do shopping da terceira temporada. Adicione a isso o fato de que ela saiu no dia 4 de julho, e eles mesmos se referem a ela como sua temporada de verão.

Após o trauma que os personagens passaram no final daquela temporada, no entanto, os Duffers enfatizam que não queriam varrer nada disso para debaixo do tapete. Então, nesta temporada, Matt diz: “nós meio que queríamos ir na direção oposta”.

“Conversamos muito sobre O Império Contra-Ataca, que é – talvez não agora – mas por muito tempo foi o filme mais sombrio de Star Wars”, continua ele. “Conversamos muito sobre isso e como queríamos capturar esse tom."

Parte disso vem com o novo grande vilão da quarta temporada, Vecna, um vilão senciente que eles chamam de sua versão de Pennywise, Pinhead ou Freddy Krueger (curiosamente, o ator de Freddy Kruger, Robert Englund, realmente aparece nesta temporada em um papel crucial como Victor Cesto). E, como os Duffers revelaram em um trailer anterior do IGN, é um vilão que eles construíram com 90% de efeitos práticos com a ajuda de Barrie Gower, o maquiador por trás das vítimas da radiação em Chernobyl da HBO e o Rei da Noite em Game of Thrones.

“A quarta temporada exigiu um vilão diferente de qualquer outro antes”, diz Levy. “E precisava ser mais do que uma criatura, mais do que uma nuvem maligna de partículas. Precisava ser um vilão humanóide com mais profundidade, mais dimensão e muito mais maldade. Essa é a definição de Vecna.”

“Nesta temporada, não há limitações”, disse Millie Bobby Brown, que interpreta Eleven, em entrevista concedida ao IGN. “Há coisas que eu nem pensei que fossem possíveis – como nosso principal monstro nesta temporada. Só que por si só é muito louco. Eu nunca pensei que seríamos capazes de fazer isso em nossa série, e o fato de que há tão pouco CGI e já é tão assustador mostra que não há limitações.”

Além disso, à medida que o elenco envelhece, os Duffers reconhecem que não podem mais levá-los em uma aventura “estilo Goonies”. O ensino médio foi um momento difícil para os Duffers, dizem eles, e além de todas as suas relações sobrenaturais, o elenco agora tem que navegar pelo mundo muitas vezes confuso do ensino médio e lidar com seus traumas passados.

“Por mais que esta seja uma série de ficção científica e um thriller, eles também abordam muitas experiências e problemas da vida real, como o transtorno de estresse pós-traumático (TSPT) de Eleven e o trauma de sua infância”, diz Brown.

Mas, pelo menos toda a equipe tem um ao outro até certo ponto… exceto o Hopper de David Harbour, é claro. Sua passagem solitária na Rússia é apenas a mais recente de uma série de maus bocados que o xerifão carrancudo teve de passar – antes, ele perdeu sua filha para o câncer e se divorciou antes mesmo de a série começar. Mas, quando perguntado o quanto esse cara pode aguentar, Matt diz: “Bem, é engraçado. Na opinião de David, Hopper precisa aguentar um pouco mais. Ele sente que ainda tem algo a crescer.”

David Harbour: A "Noite Sombria da Alma" de Hopper

Hopper realmente carrega muita bagagem com ele – e como os Duffers notaram anteriormente, ninguém realmente parece estar em pior situação no início da 4ª temporada do que ele – mas é verdade: está longe de ser fácil para Harbour.

“Acho que é uma palavra muito popular hoje em dia – quase detesto usá-la – mas a ideia de trauma é algo que Hopper enfrenta”, diz Harbour. “Ele tinha uma filha que amava. Ele tinha uma vida que amava, e sua filha foi tirada dele por uma força que está além de seu controle, o câncer. E, no entanto, ele fez isso sobre seu controle.”

“Ele é um maníaco por controle. Ele é um pai terrível de certa forma”, acrescenta. “Ele é muito controlador de Eleven. Ele não sabe como deixá-la ir.”

Essa necessidade de controle, diz Harbour, é algo que o consome e faz com que ele machuque as pessoas que ama, não importa o quanto o público o romantize. Ele se lembra de achar divertido quando os fãs gostaram do personagem de curta duração Alexi da 3ª temporada, “porque eu fiquei tipo, 'Sim, ele é adorável e bebe um Slurpee, mas também está construindo uma máquina para matar seus filhos'. Mas não podemos ver o contexto disso porque o amamos muito, afinal ele é tão adorável.”

Hopper, ele diz, está em uma situação semelhante quando se trata da percepção do público sobre ele: ele sem dúvida tem um grande coração, mas nunca lidou totalmente com seus traumas passados. Apesar da hesitação de Harbour em trazer a palavra “trauma”, é difícil evitar: como a maioria dos outros personagens, Hopper tem muito peso psicológico sobre ele nesta temporada.

Temporada 4 mostra Hopper (David Harbour, esquerda) em uma prisão russa. Imagem: Netflix/Divulgação

E, ah sim, ele agora está essencialmente sozinho em uma prisão em Kamchatka por razões que ainda não sabemos. Os Duffers apontam para o enredo de Hopper, que foi filmado principalmente na Lituânia, como uma das razões pelas quais esta temporada é muito maior do que as outras. Será inevitavelmente importante, mas, pelo menos por agora, também é o plot mais misterioso.

O recente trailer da quarta temporada trouxe mais perguntas do que respostas em relação a Hopper. Em particular, nós apenas o vimos lutando contra um Demogorgon em algum tipo de poço. Harbour reconhece que é uma temporada muito mais física para ele – ele perdeu muito peso para interpretar um Hopper desnutrido na prisão. Basicamente, este é um Hopper muito diferente do cara que estava comendo batatas fritas e gritando com Mike e Eleven do sofá.

É um pouco diferente da terceira temporada, diz Harbour; onde Hopper ficou um pouco mole por fora e duro por dentro. Na quarta temporada, o personagem está em modo sobrevivência e se abrindo de uma maneira nunca antes vista.

“Hopper tem a qualidade de Indiana Jones em muito do que faz, mas está em seu ponto mais baixo na Rússia”, diz ele. “É uma espécie de Dark Night of the Soul, onde ele precisa passar por essa travessia realmente escura para chegar ao outro lado. Então, sim, são algumas das coisas mais brutais que ele já passou, fisicamente e também mentalmente.”

Os Duffers concordam. De acordo com os showrunners, embora o enredo seja em grande parte sobre as tentativas de Hopper de escapar da prisão (criando uma subtrama cheia de ação), também é sobre redenção e lidar com a culpa que ele carrega por anos. É uma jornada emocional.

E enquanto tudo isso está acontecendo na Rússia, Eleven está “lidando com a perda de Hopper” na Califórnia. Ela, afinal – como todo mundo – acha que ele está morto. “Esta temporada é sobre mostrar sua liberdade e sobre ela entender seu próprio crescimento, e não apenas ter outras pessoas dizendo a ela como fazer as coisas”, diz Brown.

Entretanto, o verdadeiro “centro emocional da temporada”, de acordo com Ross Duffer, é a personagem Max, de Sadie Sink, que testemunhou a morte de seu irmão na temporada passada e, como foi mostrado brevemente no trailer da quarta temporada, parece estar em apuros.

Sadie Sink e o coração quebrado de Max na 4ª temporada

Quando você começa a conversar com os criativos por trás da quarta temporada de Stranger Things, há alguns temas comuns que surgem. É a temporada mais ambiciosa até agora, é “um tipo de terror sombrio que nunca fizemos antes”, nas palavras de Levy , e é uma temporada muito baseada em Max. Na verdade, Levy chama o quarto episódio de “um hino da Sadie”.

“O episódio quatro, ‘Dear Billy’, é o episódio que estávamos esperando para dar a Sadie Sink desde o dia em que a conhecemos”, acrescenta ele.

É quase um pouco surpreendente que a 4ª temporada coloque Max no centro do palco, considerando que ela não se juntou ao elenco até a 2ª temporada. Porém, os Irmãos Duffer a viram crescer como atriz entre as temporadas, performando em alto nível em uma série de papéis, como na trilogia Fear Street da Netflix e também no clipe All Too Well de Taylor Swift, e quiseram explorar mais sua capacidade de interpretação.

“Isso, para mim, é um dos principais superpoderes dos irmãos Duffer”, diz Levy. “Eles têm um plano. Eles sempre têm um plano, mas sempre observam e se ajustam com base no que os atores entregam. Por exemplo, Joe Keery, que vive Steve Harrington, faria parte de apenas um episódio e, em seguida, tornou-se parte de uma temporada. Depois, tornou-se um personagem principal da franquia de várias temporadas. Por quê? Porque Joe Keery entregou.

Assim como Steve, Max se desenvolveu como um dos pilares mais fundamentais do elenco principal e o material é sem dúvida mais pesado para Sink nesta temporada, enquanto ela luta com sua complexa dor por Billy.

Olha só o Freddy Krueger atrás de Max e Dustin! O ator Robert Englund, que interpretou Freddy nos filmes do vilão, aparecerá nesta temporada como Victor Creel. Imagem: Netflix/Divulgação

“Max na 4ª temporada está um pouco mais perto de onde ela estava no segundo ano, porque ela tinha a guarda alta apenas por ser a novata”, diz ela. “E então, na terceira temporada, ela relaxa em algo e vemos uma versão mais divertida, vulnerável e confortável de Max. Mas com a 4ª temporada, ela voltou aos seus velhos hábitos, mas em outro extremo. Ela levou isso para outro nível. Então, de certa forma, parece familiar, mas é realmente de partir o coração de ver. É quase como se a vida tivesse sido drenada dela.”

Seria bom se Max pudesse se concentrar apenas na cura, porém, é Hawkins e é claro que existem algumas travessuras sobrenaturais que tornam isso ainda mais difícil. Durante o papo com o IGN, os Duffers ressaltaram que uma das razões pelas quais Max está com problemas é porque ela viu um misterioso relógio de pêndulo: “Ela não deveria ter visto aquele relógio, e ela viu”, disse Matt Duffer.. “Não é um bom sinal.” O que será que está por vir?

Sink – como todos no elenco – tem sempre o cuidado de evitar spoilers quando fala sobre a história de Max nesta temporada e seu envolvimento com Vecna. Mas, ela observa, “nunca vimos um vilão assim antes”.

“É interessante como ele escolhe seus próximos alvos e tudo mais”, diz Sink. “Tudo é muito mais pessoal.”

E se isso não fosse horrível o suficiente, eles também estão navegando, você sabe, no ensino médio. Sink observa que até a dinâmica de Max com Lucas é significativamente diferente nesta temporada – enquanto a terceira temporada foi um relacionamento típico do ensino médio, Max está mais fechado do que nunca, e Lucas está em um “caminho diferente, ” juntando-se ao time de basquete.

Perder Will e Eleven para a Califórnia e ter que dividir Lucas com o atletismo sem dúvida será difícil para Mike e Dustin, mas pelo menos eles têm um novo jogador na 4ª temporada para ajudar nisso: Dungeon Master/metalhead Eddie, interpretado por Joe Quinn.

Um novo jogador chega à Hawkins

Quinn se encontra em uma posição semelhante a de Sink na 2ª temporada: ingressar em um programa incrivelmente popular com uma base de fãs incrivelmente dedicada. Sem surpresa, ele é extremamente cauteloso com spoilers. “Ele é o chefe do Dungeons & Dragons Club em Hawkins High – acho que é isso”, diz ele sobre Eddie. “Ele está bem no meio de todas as coisas sobre as quais não posso falar.”

É compreensível a postura do jovem ator. Por outro lado, os Duffers foram capazes de revelar um pouco mais do que isso, dizendo que Eddie nasceu de uma observação de um de seus escritores de que as subculturas de Dungeons & Dragons e heavy metal muitas vezes se misturavam, fazendo os Duffers se perguntarem como personagens como Mike e Dustin podiam se encaixar nisso. Ainda assim, eles também estavam conscientes do fato de que os personagens estavam jogando D&D em um momento em que o “Pânico Satânico” – um fenômeno generalizado nos anos 80 e início dos anos 90 que viu um medo social significativo sobre o ocultismo – estava invadindo a cultura americana, e queriam ressaltar isso na 4ª temporada.

“Como sabíamos que estávamos chegando ao fim da série, poderíamos finalmente começar a fazer com que a cidade de Hawkins começasse a perceber que algo está errado, porque tivemos aquele incêndio no shopping no final da 3ª temporada.” Matt diz. “Então, em um certo ponto, torna-se bobo e irreal as pessoas não responderem a isso na cidade”.

Dustin e Mike fazem parte do clube de Dungeon & Dragons ao lado de Eddie, novo personagem interpretado por Joseph Quinn. Imagem: Netflix/Divulgação

No centro disso, encontramos Eddie, um metalhead/nerd barulhento e sem remorso (os Duffers observam que sua personalidade foi, pelo menos em parte, inspirada em imaginar como seria Quentin Tarantino no ensino médio). Eddie é alguns anos mais velho que o elenco principal, e Matt observa que ele é “arrogante, mas carismático”. “Ele é um super nerd, que também é legal”, acrescenta.

Quinn, que é britânico, desconhecia principalmente o aspecto do Pânico Satânico da cultura americana antes de entrar para o show, mas o que ele sabia era, bem, Stranger Things.

Ele era um grande fã da série antes de se envolver, e também foi levado pelo escopo e ambição do roteiro da quarta temporada.

“Estão definitivamente em busca de algo extraordinário nesta temporada”, ele diz. “A ambição está em cada página. Eu acho que não há enredo que leve as coisas de forma simples Está tudo bem caótico”.

Mas ele também observa o quanto esta temporada parece estar mais sombria. À medida que os personagens crescem e continuam a lidar com os efeitos do Mundo Invertido e todo o resto, não é de se admirar que figuras como Mike e Dustin procurem alguém como Eddie para orientação.

“É maior e mais cruel, eu acho, já que as crianças meio que cresceram”, ele fala sobre a temporada como um todo. “A vida se revela a você, e nem sempre é fácil. Eu acho que esta temporada realmente se inclina para as adversidades da vida e a necessidade da amizade para você passar por tudo isso.”

Alguns dos maiores mistérios da série serão revelados

É longo, sombrio e ambicioso, mas a quarta temporada de Stranger Things também aparenta ser significativa por outro motivo: é o começo do fim. Em fevereiro, os irmãos Duffer anunciaram em uma carta aos fãs que a produção de sucesso da Netflix terminaria após a 5ª temporada.

Esse conhecimento certamente concede à quarta temporada um pouco mais de peso, e os Duffers sabiam que ainda há muito a revelar, não apenas sobre os personagens, mas sobre a tradição do Mundo Invertido. Ross observa que a pausa na produção do COVID deu a eles a chance de aprimorar esse final com os escritores, dando-lhes a certeza de anunciar que esta é oficialmente a penúltima temporada.

“Quando nos sentamos para fazer a 4ª temporada, sabíamos que precisávamos começar a responder algumas das grandes questõs”, ele disse. “E no minuto em que começamos a dar algumas dessas grandes respostas, isso significava que o fim inevitavelmente estava à vista. E foi isso que realmente nos levou a anunciar que a quinta temporada seria a última.”

Brown concorda: "Esta é a temporada de explicações. Essa temporada realmente começa a responder a todas as perguntas que você tem sobre o passado de Eleven e sua história, o que era necessário e foi executado lindamente.”

Dustin, Max e Steve investigam nova ameaça enfrentada por Hawkins. Imagem: Netflix/Divulgação

Isso toca em outro tema comum que surge quando você começa a conversar com os envolvidos sobre a 4ª temporada: os Duffers têm um plano. O conhecimento desse plano pode variar de pessoa para pessoa, mas não há dúvida de que estamos caminhando para isso agora.

“Desde o dia em que li o roteiro do piloto, que ninguém mais queria, nunca duvidei de que os irmãos Duffers tinham um plano de mestre”, conta Levy. “E ficou claro muito meses atrás que precisávamos terminar as coisas em um ponto em que nos sentíssemos confiantes de que poderíamos aterrissar, e os irmãos enxergam esse pouso. E não havia sentido em esconder do mundo o fim do jogo.”

“Foi uma grande decisão, mas não foi uma decisão difícil porque assim que os irmãos viram o fim, eles queriam começar a andar na direção dele.”

Harbour aparentemente sabe mais sobre esse fim do que a maioria. Ele diz que sabe o que acontece com muitos personagens depois desta temporada, mas em relação à jornada de Hopper, “falamos sobre isso desde o início”. Enquanto ele mantém os detalhes vagos, ele também provoca algo “muito específico", e fala que há uma “coisa elaborada que pensávamos que nunca seríamos capazes de contar” sobre a história de Hopper, mas a quarta temporada tem a chance de se aprofundar.

“Estamos falando sobre essas coisas desde a primeira temporada, eu acho”, diz Harbour. “E [os irmãos Duffer] têm uma ideia muito específica da temática deste show e quais personagens podem sobreviver em um mundo como esse, quais personagens precisam ser punidos, quais personagens não podem sobreviver, porque eles não são bons o suficiente.”

“Eles são muito responsáveis ​​com essa narrativa, e estou muito animado para trazer toda a história ao fim para que você possa voltar e assistir a tudo e ver qual é o arco do enredo”, continua ele. “Porque eu acho que é realmente uma grande coisa, mas é contada com muita responsabilidade e muito bem quando você vê o fim.”

Comparativamente, você tem que imaginar que Sink e Quinn estão com muita inveja do conhecimento de Harbour. Enquanto ink conta que rumores circulam pelo set (e o elenco é rápido para captar todas as informações), os Duffers são cuidadosos em manter a maior parte deles trancados a sete chaves até darem o roteiro para o elenco ler.

“Eu não sei da nada”, Sink ri. “Eu honestamente não sei de nada”, reforça Quinn.

Bom, pelo menos a maioria de nós está no escuro juntos.


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Stranger Things

27 de Outubro de 2017
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