Crítica
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Por Patrícia Kogut


Cena de 'Fun and games', de 'Better call Saul' (Foto: Divulgação) — Foto:
Cena de 'Fun and games', de 'Better call Saul' (Foto: Divulgação) — Foto:

Uma das marcas de “Better call Saul” (na Netflix) é a tensão constante entre dois ritmos da narrativa. Por um lado, é tudo lento. A câmera demora em objetos aleatórios e foca, por exemplo, no vento arrastando uma folha no chão, ou no sangue escorrendo vagarosamente depois de alguma morte violenta. Por outro, o espectador é surpreendido com a brutalidade das cenas de guerras entre gangues. É a alternância entre o ato de degustar e apreciar e o sobressalto. Essa dinâmica tem requintes e nunca cai na fórmula. As atuações maravilhosas engrossam esse caldo de qualidade.

A dramaturgia também é levada por contradições. Mas agora me refiro aos conflitos morais dos personagens. Jimmy/Saul (Bob Odenkirk) é um homem inteligente, mas bobo; foi uma vítima do irmão, mas alguém que jogou fora as oportunidades que teve. Ou seja: um poço de contradições.

Atenção, agora tem spoiler. O episódio que acaba de chegar à plataforma, “Fun and games” (diversão e jogos, em tradução livre), trata disso. Reencontramos Jimmy e Kim (Rhea Seehorn) de ressaca pela morte de Howard (Patrick Fabian). Eles tiveram uma participação grande na tragédia. Se dão conta de que o prazer que obtêm com os pequenos golpes produz consequências terríveis. Ele acha que tudo pode ser esquecido e superado com o tempo. Mas ela, não. Arruma as malas e pede a separação. Será esse o desfecho de Kim? Ainda não dá para ter certeza porque faltam quatro episódios. A conferir.

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