A resposta do eleitorado francês à decisão de Emmanuel Macron de antecipar as eleições está muito clara. A maioria da população está querendo mudança, está querendo tirá-lo. Ele pode fazer acordo com a esquerda e manter a maioria, mas isso não lhe dará força. Pelas previsões, o centro chefiado por ele praticamente desapareceu, foi engolido pela frente de direita. A chance de ele retomar um governo com qualidade e força é mínima. Vai ficar isolado no Congresso e não vai decidir as questões internas. Terá uma presença na política externa e em outros setores que não são o principal da política francesa. A vitória da extrema direita mostra que o centro que o apoiava foi para a direita e a extrema direita foi para o centro. Esta combinação vai deixá-lo isolado na presidência e na coabitação, e sem poder. Já houve uma coabitação na França uma vez e foi muito difícil. Vai haver crises permanentes. A manobra que ele tentou para esvaziar a extrema direita foi errada; ao contrário, fortaleceu-a. É um sinal claro de que o eleitorado quer mudar radicalmente a situação e Macron não tem como conseguir revertê-la. A direita e a extrema direita estão ganhando terreno no mundo todo, principalmente na Europa. O momento não é bom para o centro democrático.
![Capa do audio - Momento da Política - Merval Pereira](https://s2-oglobo.glbimg.com/cRb5WLDjm7HTQOsD1StxWiPxR4U=/108x108/https://estaticos.globoradio.globo.com/fotos/2019/02/d9c80825-253b-471c-9b07-d97d8f004283.png.300x300_q90_box-0%2C0%2C3000%2C3000_detail_upscale.jpg)