As críticas feitas nas últimas semanas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central foram bem vistas pela maior parte da população, de acordo a nova pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira. Dois terços dos entrevistados (66%) responderam concordar com as afirmações de Lula contrárias à política de juros da instituição, enquanto 23% discordam e 11% não sabem ou não responderam. Apenas 34%, no entanto, afirmaram ter ficado sabendo das críticas ao Banco Central.
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A aprovação das falas do petista foi alta tanto entre seus apoiadores quanto em relação a eleitores de Jair Bolsonaro. Entre os entrevistados que votaram no presidente, 77% concordaram com as críticas feitas a alta de juros e 66% dispensaram a possibilidade de que as falas do presidente tenham sido a principal razão pela alta do dólar. Somente cerca de 16% de apoiadores do presidente nas últimas eleições discordaram de suas afirmações relacionadas ao Banco Central, e 8% não souberam responder.
O posicionamento do petista diante da decisão do Copom de manter a taxa básica de juros a 10,50% também foi bem vista entre apoiadores de Jair Bolsonaro. A maioria daqueles que votaram no ex-presidente também concordou com apontamentos de Lula contrários a atuação do Banco Central (51%), 36% discordam e 13% não souberam responder.
Os entrevistados também corroboram as falas recentes do presidente de que salários deveriam subir acima da inflação (90%), que juros no Brasil são muito altos (87%) e carnes consumidas pelos mais pobres deveriam ser isentas de impostos.
Crise entre Lula e o Banco Central
Depois de um esforço de convencimento por parte de seus auxiliares, a estratégia do Palácio do Planalto foi mudar o alvo dos ataques. Lula passou a dar mais entrevistas nas últimas semanas, e centralizou as críticas no presidente do BC, Roberto Campos Neto, sob o argumento dele ter sido indicado por Bolsonaro na gestão anterior.
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Lula subiu o tom contra Campos Neto após ele se reunir com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Jair Bolsonaro e um dos nomes da direita para concorrer à Presidência em 2026. Na ocasião, segundo o jornal Folha de S.Paulo, o presidente do BC disse que aceitaria ser ministro da Fazenda em um eventual governo de Freitas.
Após esse acontecimento, o petista concedeu sete entrevistas em duas semanas a mídias de diferentes estados. As conversas foram marcadas por críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a taxa básica de juros em 10,5% ao ano. Com a alta do dólar, o presidente recuou novamente e passou a reafirmar o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal.
A pesquisa Genial/Quaest ouviu 2.000 pessoas de 16 anos ou mais no período de 5 a 8 de julho. Foram realizadas entrevistas presenciais em 120 municípios. A margem de erro é estimada em 2 pontos percentuais para mais ou menos, para um nível de confiança de 95%.
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