O escritor paulistano Rafael Gallo, quarto brasileiro na história a ganhar o Prêmio Literário José Saramago, deu detalhes sobre o momento em que foi informado pelos organizadores do evento de que havia vencido a premiação de Portugal. Desde 1999, a cada dois anos, o troféu é destinado a obras literárias escritas em língua portuguesa, por jovens autores, que tenham a primeira edição publicada em um país que tenha o português como idioma nativo ou predominante.
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— Para mim, foi inacreditável. Quando eu recebi a chamada, não atendi de primeira. Depois, como o número era muito diferente, fui pesquisar e fiquei mal, porque era de Portugal. Pensei: não é possível que seja do prêmio. E quando me disseram que eu tinha vencido, caí assim de joelhos e comecei a chorar. Foi tanta emoção. Foi um sonho realizado — contou o autor de 40 anos ao jornal português Diário de Notícias.
Em coletiva de imprensa ao término da cerimônia, realizada nesta segunda-feira no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Pestana — como é conhecido — contou um pouco sobre a história do livro. Gallo levou para casa uma gratificação de R$ 40 mil.
— Este romance tem uma história difícil. Demorei seis anos para escrevê-lo. Passou por editores que não o quiseram e por outros que não gostaram. Eu lutei e fiz várias alterações. Foi um processo pessoal, fiz muitas alterações na minha vida e isso se reflete [no livro]. É muito especial e estou muito ansioso por tê-lo publicado — relatou aos jornalistas.
Mais do que o valor em dinheiro, o prêmio garante a Gallo a publicação de seu segundo romance em Portugal, feito pela editoria Porto Editora. Esta é a primeira vez que o escritor lança uma obra no país europeu. No Brasil, o lançamento ficará sob os cuidados da Globo Livros. Além disso, o exemplar também será distribuída em outros lugares em que o português é a língua oficial ou dominante.
O paulistano se tornou o 12ª nome a conquistar esse feito, depois de outros brasileiros como Adriana Lisboa, Andréa del Fuego e Julián Fuks. Por conta da pandemia de covid-19, o evento teve uma pausa de dois anos.