Mangá e anime têm pouca coisa em comum além do número de letras. São mídias diferentes com milhões de fãs não só em seu país de origem, o Japão. Enquanto o mangá é o quadrinho, com sua tão peculiar — para nós, ocidentais — leitura invertida, o anime nada mais é do que sua animação.
Poucos autores transitam nos dois universos. Hayao Myiazaki, por exemplo, criou o mangá “Nausicaä do Vale do Vento” (JBC) em 1982 e, dois anos depois, fez a versão em anime. Com o sucesso, criou, com o diretor Isao Takahata e o produtor Toshio Suzuki, o Studio Ghibli em 1985.
Makoto Shinkai fez outro caminho. Começou como desenhista de games e migrou para a animação. Alguns de seus filmes viraram mangás, mas ele é fundamentalmente um autor de animes. Dois deles, aliás, “Your name” (2016) e “O tempo com você” (2019), podem ser assistidos no HBO Max. Sua obra tem em comum tramas em que jovens se conhecem e compartilham aventuras com elementos de ficção científica, como portais interdimensionais. Sempre com questões contemporâneas como a crise climática e o comportamento social, além de um visual arrebatador. Os fãs de animes, os otakus, amam. Tanto que “Suzume” já ultrapassou mundialmente a bilheteria de US$ 200 milhões.