Cultura
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Por Talita Duvanel — Rio de Janeiro

Um dia depois da regulamentação da Lei Paulo Gustavo, que injeta R$ 3,8 bilhões na cultura nacional, a Prefeitura do Rio lança nesta sexta-feira (12) um programa voltado para a área, no valor de R$ 348 milhões. O lançamento, que acontece no Palácio da Cidade com a presença do prefeito, Eduardo Paes, deveria ter sido no dia 26 de abril, mas o secretário — que já ocupou este posto em 2015 e foi ministro da Cultura no governo Temer — precisou operar uma apendicite de emergência naquela data. No início desta semana, ele foi exonerado da secretaria para voltar à Câmara dos Deputados, em Brasília, somente para tomar posse como primeiro suplente do PSD. No dia seguinte, já havia voltado ao Rio para reassumir a pasta.

—É um procedimento bastante regular. Como sou primeiro suplente, isso acaba acontecendo — explica Calero. — Volta e meia isso pode ocorrer, vou ser convocado e preciso assumir pelo menos por um dia.

Na secretaria desde fevereiro, substituindo Marcus Faustini, Calero, diplomata de formação, promete continuar a política de “desconcentração” da cultura da cidade, reativando programas de gestões passadas de Paes. Vai também fechar teatros da Zona Sul para obras. Ao todo, são 30 equipamentos culturais em reforma, mas há um plano de contingência, “para não prejudicar o fluxo das pautas dos teatros municipais”, que ele detalha na entrevista a seguir.

O GLOBO: Quais as diretrizes do pacote?

Entendemos que tínhamos dois vetores principais de atuação. O primeiro é o apoio a projetos culturais, aquilo que os realizadores propõem para a cena criativa. Segundo, temos um parque de equipamentos culturais muito importante sob a administração do município: 55 ao todo. É algo em que temos insistido porque é um legado que fica e uma demanda muito grande do setor. Num teatro público, o produtor não paga o mínimo, então consegue produzir de forma mais barata e democratizar o acesso da população àquela obra. Então, se precisássemos resumir em dois fundamentos, não só o plano de investimento, mas todo o trabalho da secretaria, seriam dois pontos: equipamentos culturais e fomento da produção.

De onde vêm os recursos?

A maior parte ainda vem do orçamento municipal (R$ 262 milhões). Temos a expectativa de recebermos recursos federais por meio da Lei Paulo Gustavo e da Aldir Blanc. Entendemos que esses dois mecanismos — e aqui não estou me desfazendo deles, pelo contrário — são especiais para municípios que não têm histórico de investimentos programados em cultura. No caso do Rio, eles servem para a diversificação. Mas, hoje, temos muito claro: para cada R$ 4 que a prefeitura coloca, as leis federais vão representar R$ 1. Não estou aqui desmerecendo nada. Que bom que esse dinheiro está chegando, mas o Rio tem um histórico de fazer esses programas com recursos próprios.

As reformas de equipamentos culturais vão consumir R$ 75 milhões do Viva Cultura Carioca. Quais são as principais obras? Quando a população vai vê-las prontas?

As entregas são até junho do ano que vem. Poucas vão até julho. As licitações começaram este mês. Não gosto de falar “obra” porque “obra” parece só reforma. Também vamos pensar a vocação dos equipamentos. Como eles se inserem dentro da comunidade onde estão? Como podem servir a suas comunidades e aos fazedores de cultura locais? Dentre as principais entregas, destacaria a transformação das lonas culturais em areninhas e o Muhcab (Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira), que vai passar por uma reforma completa ano que vem. Vamos fechar também todos os teatros municipais na Zona Sul: Sérgio Porto (Humaitá), Ipanema, Café Pequeno (Leblon) e Baden Powell (Copacabana)... Inclusive, no Sérgio Porto, modificaremos até o posicionamento. Ele vai ter a abertura para a Rua Humaitá. Mas criamos um plano de contingência. Sabemos da importância dos teatros públicos.

Como é esse plano?

Vamos reabrir o Teatro Maria Clara Machado (na Gávea) em agosto, ao mesmo tempo do fechamento dos demais. Estamos reabrindo a operação do teatro do Centro Cultural dos Correios, que fica com a prefeitura. E também fechamos uma parceria com o Centro Cultural da Caixa, no Teatro Nelson Rodrigues. Isso para não prejudicar o fluxo das pautas dos teatros municipais.

Como tem sido o diálogo entre a secretaria municipal e a Secretaria estadual de Cultura?

É fluido. O governo do estado tem alguns desafios próprios. Talvez o maior deles seja cuidar de todos os municípios onde não há políticas culturais consolidadas. Historicamente, e olhando mais com o lado de pesquisador, nós ainda carecemos de uma integração, e isso é um desafio permanente. Mas há um diálogo bastante fluido. A secretária (Danielle Barros) tem falado muito que certas políticas que nós implementamos como prefeitura (do Rio) podem se tornar paradigmáticas para outras prefeituras. Estamos na maior disposição de que isso aconteça de fato.

Principais diretrizes

  • Cultura do Amanhã. Com investimento de R$ 75 milhões, o projeto pretende reformar 30 equipamentos de cultura. Para isso, todos os teatros municipais da Zona Sul, por exemplo, serão fechados. O secretário promete o fim das obras para julho de 2024.
  • Ações locais. Programa da antiga gestão Paes, é voltado para iniciativas culturais em regiões fora do eixo central da cidade. Serão contemplados projetos nas APs 3, 4 e 5 (bairros da Zona Oeste e Norte) e/ou com grupos de vulnerabilidade social. Serão destinados R$ 10 milhões a essas ações.
  • Bibliotecas do Amanhã. Outra continuação de projeto da segunda administração Paes, que visa a revitalizar e criar programas culturais em espaços de leitura. Novas unidades estão previstas para Botafogo, Campo Grande, Ilha do Governador e Praça Seca. O total do investimento é de R$ 30 milhões.

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