Cultura
PUBLICIDADE
Por , Em AFP — Cannes, França

O júri do 77º Festival de Cannes atribuiu, neste sábado (25), a Palma de Ouro a "Anora", uma comédia americana sobre o mundo das trabalhadoras sexuais, e deu um Prêmio Especial ao diretor iraniano Mohammad Rasoulof, que fugiu recentemente de seu país.

Embora as apostas indicassem que "The Seed of the Sacred Fig", uma denúncia impactante do regime islâmico iraniano, levaria o prêmio máximo, o júri presidido pela americana Greta Gerwig fez a opção por um filme mais leve.

O musical em espanhol "Emilia Pérez", do francês Jacques Audiard, teve dois reconhecimentos: o Prêmio do Júri e o de melhor interpretação feminina, atribuído excepcionalmente a todas as atrizes protagonistas.

Muito emocionada, a atriz trans espanhola Karla Sofía Gascó recebeu o prêmio em nome das colegas: Zoe Saldaña, Selena Gómez e Adriana Paz.

Um tom mais leve

Em uma época de denúncias da violência sexual no showbiz, o americano Sean Baker conseguiu fazer Cannes rir com "Anora", que conta a história de uma bailarina de striptease que se apaixona pelo cara errado.

Anora "Ani" (Mikey Madison) é bailarina em uma boate de programas onde, certa noite, aparece Ivan (Mark Eydelshteyn), um belo jovem bêbado, filho de um bilionário russo.

Ambos se apaixonam, mas Ivan é genioso e imaturo e, quando convence Ani a se casar com ele em Las Vegas, provoca a revolta de sua família.

"Este filme é magnífico, é cheio de humanidade (...), nos impactou", disse a presidente do júri.

Baker, um nome de destaque do cinema independente americano, que saltou para a fama com "The Florida project" (2017), dedicou o prêmio "a todas as trabalhadoras do sexo".

O manifesto de Rasoulof

O diretor iraniano Mohammad Rasoulof, em seu discurso em Cannes — Foto: Valery Hache/AFP
O diretor iraniano Mohammad Rasoulof, em seu discurso em Cannes — Foto: Valery Hache/AFP

Rasoulof, de 51 anos, havia anunciado no início do festival que deixou o Irã a pé, uma fuga "exaustiva" e perigosa", após ser condenado a cinco anos de prisão e a levar chibatadas por "conluio contra a segurança nacional".

O festival anunciou imediatamente que o receberia de braços abertos para apresentar pessoalmente seu filme na mostra competitiva, o que aconteceu na sexta-feira.

"The Seed of the Sacred Fig" conta a história de um juiz, sua esposa e filhas, arrastados pelos protestos contra o regime, protagonizados particularmente por mulheres.

"A situação é grave em muitos lugares do mundo, mas quero dizer-lhes simplesmente que atualmente o povo iraniano é refém" do regime, disse Rasoulof.

"Estou muito triste, profundamente penalizado pela catástrofe que meu povo vive todos os dias", acrescentou.

Seu filme, que foi ovacionado por 14 minutos em sua estreia em Cannes, é um manifesto contra o regime dos aiatolás.

A mensagem de 'Emilia Pérez'

A espanhola Karka Sofía Gascón, vencedora do prêmio de melhor atriz por "Emilia Perez" — Foto: Loic Venance/AFP
A espanhola Karka Sofía Gascón, vencedora do prêmio de melhor atriz por "Emilia Perez" — Foto: Loic Venance/AFP

Filme dramático, mas cheio de mensagens de esperança, "Emilia Pérez" conta a história da decisão de um chefe do narcotráfico mexicano de mudar de sexo e de vida.

Karla Sofía Gascón, de 52 anos, que interpreta o duplo papel do chefão e de "Emilia Pérez", se tornou a primeira atriz trans premiada em Cannes.

A atriz dedicou o prêmio "a todas as pessoas trans, que sofrem todos os dias".

O júri decidiu atribuir seu Grande Prêmio, o mais importante depois da Palma de Ouro, ao indiano "All We Imagine as Light", de Payal Kapadia, sobre a vida de duas enfermeiras de Mumbai e seus relacionamentos com os homens neste país tão tradicional.

O português Miguel Gomes levou o prêmio de melhor diretor por "Grand Tour" e a estatueta de melhor roteiro foi para uma comédia de horror feminista, "The Substance", da francesa Coralie Fargeat.

O prêmio de melhor ator ficou com o americano Jesse Plemons, um dos intérpretes de "Kinds of Kindness", de Yorgos Lanthimos.

E como testemunho da mudança de gerações, Cannes concedeu uma Palma de Ouro Honorária ao criador de "Guerra nas Estrelas", George Lucas, de 80 anos. Foi seu amigo, Francis Ford Coppola, de 85 anos, que também competia este ano, que lhe entregou o prêmio dedicado ao conjunto de sua obra.

Mais recente Próxima ‘Violeira da maldade’: Saiba quem foi Fal Silva, guitarrista do grupo Afrocidade, assasinado na Bahia
Mais do Globo

Final do salto sobre a mesa da ginástica artística na Olimpíada de Paris-2024 acontece neste sábado

Rebeca Andrade x Simone Biles: acompanhe ao vivo a final do salto da ginástica nas Olimpíadas

Dono de sete medalhas olímpicas levou um minuto e meio para derrotar sul-coreano Lee Joon-hwan

'Jogada de poker': Por que Teddy Riner enfrentou judoca 60 kg mais leve na disputa por equipes em Paris-2024

Deputado federal foi autorizado pela Justiça Eleitoral a deixar o PL sem perder o mandato por infidelidade partidária; ele chegou a ser pré-candidato à prefeitura de São Paulo, mas seu nome foi rifado pelo ex-presidente

Após ser preterido por Bolsonaro e desistir da prefeitura de SP, Salles se filia ao partido Novo

Criança é a primeira neta da Rainha Rania e do Rei Abdullah

Nasce Iman, 1ª filha da princesa Rajwa e príncipe Hussein, herdeiro do trono da Jordânia

Artem Viktorovich Dultsev e Anna Valerevna Dultseva se passavam por família argentina que vivia na Eslovênia

Filhos de espiões que 'descobriram' que eram russos em voo não sabiam quem é Putin e só falam espanhol

Assessoria do SBT confirma que comunicador segue sob cuidados médicos ; estado de saúde preocupa

Silvio Santos: apresentador segue internado pelo terceiro dia no Albert Einstein; hospital faz 'blindagem total'

Influenciadora injeta um soro quinzenalmente com três substâncias que ajudam no processo de desinflamação do corpo

‘Não é uma fórmula mágica, Yasmin batalhou pela mudança’, diz médico de Brunet sobre dieta que a fez secar em 2 meses

Atleta esteve no país no início do ano, onde se preparou e curtiu a cidade do Rio com a família

Tri em Paris-2024, judoca Teddy Riner, se declara ao Brasil: 'Essa medalha tem alma brasileira', diz

Evento em casa de festas da Barra, no Rio, teve réplica da taça e presença dos companheiros de time do pai

Filho de Cano, do Fluminense, Lorenzo celebra 6 anos em festa com tema inusitado: a Copa Libertadores