Cultura
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Por — Rio de Janeiro

Se já é difícil encontrar um quarteto de violões de música popular, imagine um que dure 30 anos. O Maogani está celebrando a data com o álbum “Maogani autoral”, em que, pela primeira vez, só há composições de integrantes e ex-integrantes do grupo.

Da formação original, permanecem dois: Paulo Aragão, de 48 anos, e Carlos Chaves, de 50. Aragão explica, buscando simplificar, como pode funcionar um quarteto de violões:

— Se você reúne num sarau quatro amigos que tocam violão, no início eles vão dobrar (tocar da mesma forma), e depois cada um vai encontrar o seu lugar. A gente tenta encontrar um lugar para cada um, em cada música, e que sejam complementares. É um jogo de arrumar.

Quem escuta o conjunto percebe que há uma trama complexa por trás de um som que procura ser límpido. Não há espaço para solos virtuosísticos.

— Nosso virtuosismo é dentro dos arranjos, não em termos de velocidade. Essa característica e a maneira de tocar dão a cara do Maogani — afirma Chaves.

O grupo completa três décadas com três Prêmios da Música Brasileira, conquistados em 2002, 2005 e 2015.

Desde o seu surgimento, o quarteto se tornou influência para violonistas mais jovens, como aconteceu com os que entraram recentemente: Diogo Sili, de 38 anos, e Lucas Gralato, de 32.

— O Maogani sempre foi uma referência. Era o suprassumo da sonoridade do violão. Falo por toda uma geração de violonistas — diz Sili.

Gralato complementa:

— Os primeiros CDs do grupo foram lançados quando eu estava saindo da infância para a adolescência. Meu conhecimento de violão tem como base aquele momento. E ouvir Maogani era ouvir uma sonoridade especial. A gente não encontrava aquilo em outros CDs.

Trabalho minucioso

Os quatro primeiros integrantes do conjunto (Aragão, Chaves, Marcos Alves e o peruano Sergio Valdeos) eram colegas na faculdade de música da UFRJ. Fizeram parte, por exemplo, de uma turma do violonista Marco Pereira. No segundo período da matéria, só ficaram eles. Pereira conta que os batizou de Quarteto Experimental de Violões da UFRJ.

— Fiz com eles os primeiros arranjos que depois seriam gravados no CD de estreia do grupo — diz o professor.

No fim de 1994, eles começaram a ensaiar pensando em fazer apresentações. O trabalho minucioso de formação de repertório e construção de arranjos levou mais de um ano. O primeiro show já como Maogani (outro nome do mogno, de cuja madeira são feitos instrumentos musicais) aconteceu em março de 1996.

Quarteto Maogani — Foto: Divulgação/Marcella Azzal
Quarteto Maogani — Foto: Divulgação/Marcella Azzal

Com o disco “Maogani”, lançado em 1997, o interesse por aqueles rapazes na faixa dos 20 anos se consolidou.

— Era um formato diferente para música popular. A sonoridade agradou muito. Como estudamos violão clássico, temos um som mais limpo — diz Chaves.

Aragão recorda:

— Quando as pessoas queriam uma sonoridade diferente, chamavam a gente. Surgiu um campo para o que gente fazia, para arranjos camerísticos.

Importante nessa história é Guinga. Ele ainda atuava como dentista e tinha como cliente Marcos Alves. Acabou conhecendo o quarteto e se encantou.

— Quando conheci, tomei um pontapé no peito — compara o violonista e compositor. — Vieram com um projeto de modernização do violão, com arranjos elaborados. Era um passo à frente.

Guinga passou a comentar com outros artistas sobre o Maogani, que recebeu convites como o de Leila Pinheiro para participar de um CD.

— Não me julgo responsável por nada, não passei de um fofoqueiro, mas a fofoca deu certo — brinca Guinga. — De uma música tão bonita eu tenho que falar aonde for.

Na primeira formação, ainda não havia o violão requinto, o mais agudo. Ele surgiu com Marcus Tardelli, passou por Maurício Marques e agora está com Chaves. Os outros violões são os de oito cordas (o mais grave, com Aragão), o de sete (Sili) e o de seis (Gralato).

Na hora certa

Quase todos os discos do Maogani são conceituais, têm um eixo. Já houve, por exemplo, “Água de beber” (2004), em torno da obra de Tom Jobim e suas referências, e “Pairando” (2014), com temas de Ernesto Nazareth. Agora chegou a vez de um repertório totalmente próprio, de 11 faixas.

— Era uma ideia que já existia há algum tempo — explica Aragão. — Quando vimos que o Marcos tinha deixado duas composições, pensamos que era perfeito. Convidamos o Sergio e o Maurício para mandar as deles. Não tem Tardelli porque ele não compõe. Chegamos à conclusão de que esse era o disco dos 30 anos. Nada mais representativo para essa trajetória.

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