A diretora Petra Costa teve seu filme "Democracia em vertigem", que narra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, indicado ao Oscar de melhor longa documental. O anúncio foi feito nesta-segunda-feira (13). A produção concorre na mesma categoria de "Indústria americana" (EUA), produzido pelo casal Obama, "For sama" (Reino Unido e Síria), "Honeyland" (Macedônia do Norte) e "The cave" (Tailândia e Irlanda). A mineira de 36 anos, que também assinou os documentários "Elena" (2012) e "Olmo e a gaivota" (2014), premiados respectivamente nos festivais de Brasília e do Rio, pode se tornar a primeira diretora latino-americana a ganhar uma estatueta.
- Insha’la que mais mulheres e latino-americanos ganhem esses tipos de reconhecimento internacional - diz a diretora.
Nesta entrevista, ela revela que não esperava a indicação ("me surpreendi, ainda parece um sonho"), conta detalhes da campanha para levar o filme à indicação ("convidei pessoas para serem anfitriões essas sessões como Wim Wenders, Spike Lee e Jane Campion, que fizeram depoimentos muito fortes sobre como eles sentiam que o filme falava da crise democrática e da ascensão da extrema direita no mundo") e diz que o longa está acima de ideologiaz.
- Nosso filme toma partido do estado de direito e da importância que é preservar a democracia. O que me motivou foi perceber o avanço da intolerância, a distorção dos fatos e a manipulação das instituições democráticas para servir certos interesses. Infelizmente isso não é um fenômeno só brasileiro, mas global - afirma. - Tenho recebido mensagens de pessoas que deixaram de se falar por divergências políticas e que através do filme voltaram a se falar por terem sentido uma empatia com o outro lado. Na minha família vi isso acontecer. A polarização já existe. O meu desejo por meio da arte e gerar empatia e entendimento.
Petra também rebate a afirmação do secretário de Cultura do Governo Federal, Roberto Alvim, de que o filme deveria estar indicado na "categoria ficção".
- É uma pena que tenha gente que, por incapacidade ou má intenção, não distingue a ficção da realidade.
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