Um raro exemplar de "Almas mortas", do escritor russo Nikolai Gógol, divide um destino incerto com outras obras históricas, como “Dicionário do folclore brasileiro”, de Luís da Câmara Cascudo , além de títulos de Caio Prado Jr., Celso Furtado, Eric Hobsbawm, Karl Marx e Max Weber, entre muitos outros. Os dois livros aparentemente não têm credencial para estar no acervo de livros da Fundação Palmares e estão na lista dos “300 títulos comprobatórios do desvio da missão institucional” da autarquia.
O atual presidente da Fundação, Sérgio Camargo, diz que muitas obras do acervo são pautadas pela 'sexualização de crianças', 'bandidolatria' e 'material de estudo das revoluções marxistas' e que apenas 5% dos 9 mil títulos de seu acervo 'cumprem a missão institucional' do órgão.
Com 74 páginas, o relatório foi elaborado pela equipe de Marco Frenette, ex-assessor de Roberto Alvim, demitido do cargo de secretário da Cultura por apologia ao nazismo , que em março foi nomeado coordenador-chefe do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra. O relatório é encerrado com a lista dos tais 300 títulos "comprobatórios do desvio da missão institucional da Fundação Palmares". Confira abaixo a lista completa — entre os 300 títulos, foram cortadas as edições repetidas, dando um total final de 261.
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"A. A. Zhdanov, “Literatura y Filosofía a la Luz del Marxismo” (1953)
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Ademar Bogo, “Lições de Luta pela Terra”,(1999)
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Adolfo Gilly, “Sacerdotes e burocratas: introdução ao Socialismo Real” (1985)
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Adolfo Sanchez, ‘“Filosofia de Práxis” (1967)
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Aimé Césaire, “Discurso sobre o colonialismo” (1978)
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Alan K. Manchester, "Preeminência inglesa no Brasil” (1973)
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Alain Besançon, “Breve tratado de sovietologia” (1978)
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Alberto Figueroa, “La guerra de Angola” (1989)
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Alberto Flores Galindo, “Violencia y campesinado” (1984)
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Aldo Rebelo, “A crise do neoliberalismo e a luta pelo socialismo” (1994)
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Aldo Rebelo, “Os desafios atuais da luta pelo socialismo” (1998)
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Alexandra Kolontai, “A nova mulher e a moral sexual” (1932)
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Alexandre Cheptulin, “A dialética materialista” (1982)
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Alexei Tolstoi, “Cultura soviética” (1945)
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A. Martin de Lucenay, “A ciência das carícias” (-)
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Ana Inés Souza, “Paulo Freire Vida e Obra” (2001)
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André Piettre, “Marx et Marxism” (1957)
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Andrzej Karpinski, “La economic de Polonia” (1962)
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Anibal Ponce, “Educação e Luta de Classes” (1963)
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Antonie Augusto Fagundes, “As santas prostitutas”, (1987)
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Antonio Agostinho, “Tudo pelo povo. Tudo pela independência. Tudo pelo socialismo” (1979)
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Antonio Carlos Mazzeo, “Estado e burguesia no Brasil” (1989)
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Antonio Gramsci, “Concepção Dialética da História” (1966)
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Antonio Ruiz Urbina, “Estratificación y movilidad sociales en Chile”, (1961)
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Anna Louise Strong, “Par que la URSS es Invencible”, (-)
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Arlinda Machado, "Rádios livres: a reforma agrária no ar” (1986)
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Augusto Meyer, “Cancioneiro gaúcho" (-)
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Ath. Joja, “A Lógica Dialética” (1965)
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Babakar Sine, "Imperialismo e teorias Sociológicas de Desenvolvimento” (1975)
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Barry Hindess, “O modo de produção e formação social: Uma autocrítica de modos de produção pré-capitalistas” (1978)
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Baran e S, “Capitalismo monopolista: ensaio sobre a Ordem Econômica e Social Americana” (1978)
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Benjamin Péret, “Amor sublime ensaio e poesia” (1985)
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Bernardo Ricupero, “Caio Prado Jr. e a nacionalização do marxismo no Brasil" (2000)
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B. Hary Calverton, “O Sexo na Educação” (1941)
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Brasil Debates, “A Lição da Greve” (-)
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Bronisław Malinowski, “Sexo e Repressão na Sociedade Selvagem” (1973)
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Carlos Astrada, “Humanismo y dialéctica de la libertad” (1960)
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Carlos Marighella, “Poemas: Rondo da liberdade” (1994)
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Carlos Marighella, “Por que resistir à prisão" (1994)
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Caio Prado Jr., “O mundo do socialismo” (1961)
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Celso Furtado, “A Pré-Revolução Brasileira” (1962)
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Claude Le Jeune, “Pedagogia da Educação Sexual” (1972)
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Clovis Meta, "Colonialismo, Problema Internacional" (1954)
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