As empresas de investimentos dos bilionários George Soros e Stanley Druckenmiller reduziram suas participações em ações das chamadas “Sete Magníficas” antes do rali deste ano de empresas de tecnologia dar lugar à forte queda dos papéis de big techs em meados de julho.
A Soros Fund Management vendeu parte de sua posição na Alphabet, controladora do Google, totalizando US$ 58 milhões, e cerca de US$ 15 milhões da Amazon de acordo com registros regulatórios para o trimestre encerrado em junho.
Druckenmiller estava entre os investidores que reduziram participações na Nvidia, a fabricante de chips cujo alto preço da ação acompanhou a euforia de investidores por empresas de inteligência artificial. Sua empresa, a Duquesne Family Office, vendeu mais de 1,5 milhão de ações, mostram os registros.
Enquanto isso, a Appaloosa Management, de David Tepper, reduziu sua exposição à Amazon, Microsoft e Meta Platforms — três de suas maiores posições — dando continuidade a cortes semelhantes divulgados no fim de março. A Wildcat Capital Management, de David Bonderman, também vendeu toda a sua posição na Meta, descartando ações no valor de US$ 24 milhões no trimestre.
Os registros mostram como investidores capturaram alguns dos benefícios do rali antes que o cenário econômico benigno se tornasse mais sombrio. O índice Nasdaq 100 recuou 14% no período de quatro semanas a partir de 10 de julho.
As “Sete Magníficas” — que incluem Alphabet, Apple, Tesla, Microsoft, Amazon, Meta e Nvidia — haviam sido emblemáticas da alta, refletidas no Índice Bloomberg Magnificent 7 Price Return, que subiu 17% tanto no primeiro quanto no segundo trimestres.
Em entrevista à CNBC em maio, Druckenmiller — que anteriormente passou mais de uma década como estrategista-chefe de Soros — sugeriu que o “boom” da inteligência artificial pode estar superestimado ("over-hyped”) no curto prazo.
Fundos com mais de US$ 100 milhões devem divulgar suas participações nos Estados Unidos dentro de 45 dias após o fim de cada trimestre. As divulgações retratam participações de gestores de ativos discretos, incluindo hedge funds e grandes family offices que ultrapassam o limite. Ainda assim, o quadro está incompleto, pois os documentos omitem a maioria dos derivativos e posições vendidas.
Outros destaques incluem a Iconiq Capital, firma de investimento mais conhecida por administrar os recursos do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, que vendeu US$ 2,5 milhões em ações da Apple. A Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, adicionou participações na rede de cosméticos Ulta Beauty e na empresa aeroespacial Heico Corp.