A General Motors anunciou neste sábado o cancelamento das 1.245 demissões das fábricas em São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes, em São Paulo. O anúncio acontece um dia depois do Tribunal Superior do Trabalho (TST) ter rejeitado o pedido de liminar da montadora para que as demissões fossem mantidas.
A empresa afirmou que vai realizar uma reunião na próxima segunda-feira com os três sindicatos. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Valmir Mariano, a decisão é uma vitória após 13 dias de greve.
A decisão foi da corregedora-geral do TST, Dora Maria da Costa, confirmando a determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª. Região, que havia atendido pedido de liminar do Ministério Público para que as demissões fossem canceladas.
Agora o caso segue para julgamento pelo Órgão Especial do TST, ainda sem data prevista. A justiça alegou que a GM violou os acordos coletivos de layoff, que garantiam estabilidade no emprego para todos os trabalhadores das fábricas de São José dos Campos e Mogi das Cruzes. Os juízes também fundamentaram a decisão na falta de negociação da empresa com os sindicatos, antes das dispensas.
Um dos motivos para as demissões da GM envolve, segundo analistas, os custos elevados para o desenvolvimento de carros elétricos, que hoje é liderada pelas montadoras chinesas.
Especialistas no setor descrevem um cenário em que as chinesas focam na América do Sul para acelerar sua internacionalização. O Brasil é um alvo preferencial, por ser o maior mercado da região e hub de exportação para os países vizinhos.