A elevação do custo de crédito para os consumidores reduziu as compras parceladas de automóveis para o patamar de apenas 30% do total de vendas, segundo Márcio Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Leite esteve reunido nesta quarta-feira com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para apresentar um “diagnóstico” do setor. Segundo ele, o governo Lula “está atento” à realidade das empresas de automotores, após sinais “não tão positivos” para o setor:
— Há dois anos e meio, 70% das vendas do mercado eram a prazo. E 30% de suas vendas à vista. Agora, este mês, nós estamos vendendo 70% à vista e 30% a prazo. Isso significa que esse consumidor desapareceu e está indo para o mercado de [veículos] usados, e aqueles com mais de 10 anos de uso — cita Leite.
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O mês de fevereiro terminou com 129,9 mil veículos vendidos, entre utilitários leves, carros de passeio, ônibus e caminhões, segundo relatório mais recente da Anfavea. O número representa uma queda de 1,9% frente a fevereiro do ano passado. Na comparação com janeiro deste ano a queda foi de 9,1%.
— O setor gostaria (de redução de juros). Não é um mercado que tem performado como nós tínhamos no passado. Então de fato houve uma queda recentemente, mas estamos buscando um debate [para reverter o cenário de queda] — diz Márcio Leite.
O representante das Fabricantes defende uma “atenção especial” para o setor, visando alavancar um cenário maior de demanda e produção:
— O Brasil passou de um mercado onde havia uma crise de produção, pela falta de semicondutores, e hoje a gente começa o ano com sinais de demanda. A realidade é que a crise de semicondutores está ficando para trás, então temos um potencial de crescimento muito grande — afirmou.