Economia
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Por Victoria Abel — Brasília

A CPI da Americanas na Câmara dos Deputados vai analisar uma série de requerimentos nesta terça-feira, incluindo quebras de sigilo e convocações de ex-diretores da empresa. Há ainda um pedido de acareação entre o CEO da companhia, representantes de bancos e auditorias fiscais. O objetivo seria colocar as diferentes versões em confronto.

— Você tem o CEO afirmando uma posição e você tem os bancos desmentindo. A associação dos auditores fiscais também reagiu. Alguém está mentindo. Ficou claro a blindagem dos acionistas. O Leonardo estava muito preparado, fez a blindagem dos acionistas e jogou a culpa sobre os executivos — disse o autor do pedido de acareação, deputado João Bacelar (PL-BA)

Leonardo Coelho Pereira é o CEO da Americanas que prestou depoimento na CPI na semana passada. Ele mostrou documentos que apontam para uma estrutura complexa de balanços falsos e lucros inflados, culpando ex-diretores da Americanas pela operação.

Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários

A CPI das Americanas vai questionar nesta terça-feira o diretor de fiscalização do Banco Central, Paulo Souza, e da Comissão de Valores Mobiliários, João Pedro Barroso do Nascimento, porque as permissões de crédito foram dadas à empresa sem a identificação da real situação contábil da companhia.

Próximos depoimentos

Na primeira semana de julho, os deputados vão ouvir um dos ex-diretores da empresa. Há requerimento para convocação de: André Covre, Miguel Gutierrez, Anna Christina Ramos Saicali, José Timotheo de Barros, Marcio Cruz Meirelles, João Guerra, Camille Loyo Faria, Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes.

De acordo com depoimento de Leonardo Coelho Pereira, os ex-executivos apareceram em trocas de emails e mensagens que mostram a criação de planilhas com números maquiados, além pedidos para auditorias modificarem parecer sobre a situação financeira da Americanas.

Depois de ouvir os ex-diretores, a convocação seguinte da CPI será para os representantes das auditorias KPMG e PwC para esclarecimentos sobre suposta conivência com o esquema de fraude.

requerimentos para ouvir o trio de acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, mas sem previsão para apreciá-los.

Outros documentos

Além dos balanços e documentos que levaram a Americanas a assumir a fraude, a CPI quer pedir quebras de sigilo e cópias dos e-mails de todas as caixas de e-mail institucional dos diretores atuais e dos que ocuparam tais cargos pelos últimos 10 anos; membros do Conselho de Administração; bem como dos funcionários da área de contabilidade e de finanças da companhia.

Uma listagem, em ordem cronológica, com troca, entrada ou saída de acionistas controladores da empresa, entre 1º de janeiro de 2020 até 31 de janeiro de 2023, foi solicitada pela deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS).

CPI ouve hoje representantes do Banco Central e CVM e analisa pedido de acareação  — Foto: Reprodução
CPI ouve hoje representantes do Banco Central e CVM e analisa pedido de acareação — Foto: Reprodução

A lista de remuneração e bônus dos ex-diretores, além do pagamento de lucros e de dividendos, também foi solicitada.

O esquema

A fraude bilionária da Americanas teve os detalhes revelados na última quarta-feira, após divulgação de comunicado pela empresa e o depoimento do CEO Leonardo Coelho Pereira na Câmara dos Deputados. Os documentos mostraram uma estrutura complexa para sustentar balanços falsos e lucros inflados.

A empresa criava contratos falsos de Verba de Propaganda Cooperada (VPC) com fornecedores para reduzir custos, gerar falsas verbas e reduzir prejuízos. A receita inflada era colocada em uma planilha com acesso apenas à diretoria executiva da empresa. Os documentos possuíam uma coluna com a nomenclatura "visão interna", apresentando o prejuízo real da empresa, outra coluna com a nomenclatura "visão conselho" mostrava lucro fictício. O falso balanço permitia a Americanas a captura de mais crédito com bancos por meio de cartas de risco sacado.

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