A Petrobras está aguardando que outras empresas façam ofertas por uma participação na Braskem, depois que a Abu Dhabi National Oil (Adnoc) saiu da disputa. Em entrevista nesta segunda-feira em Houston, no Texas, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, disse que empresa também poderia exercer direitos preferenciais para a participação.
As ações da Braskem caíram mais de 16% no início do dia, depois que a Adnoc retirou sua oferta de compra de uma participação na gigante brasileira de produtos químicos, movimento que sinaliza que o processo de venda, que começa e é interrompido, vai se arrastar ainda mais.
"Há outras empresas procurando, fazendo sua due diligence", disse Prates. "Já concluímos nossa due diligence. Estamos prontos para agir. Se precisarmos fazer uma opção, nós a faremos."
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Prates disse que a Petrobras estaria ansiosa para trabalhar "meio a meio" com um novo parceiro "financeiramente forte", acrescentando que a estatal tem "outras coisas" em andamento com a Adnoc.
A demanda por plásticos, tintas e peças automotivas fabricadas com os produtos petroquímicos produzidos pela Braskem deve aumentar na América Latina, e as instalações da empresa no Brasil e em outros países podem ser ampliadas. Ainda assim, tem sido um desafio para a Novonor, acionista controlador que enfrenta dificuldades financeiras, conseguir um comprador para sua participação.
Na segunda-feira, a Braskem publicou o conteúdo de uma carta que recebeu da Novonor relacionada à decisão da Adnoc de desistir do possível acordo, que havia sido anunciado em novembro. A Novonor disse que continuava totalmente engajada no processo de venda, de acordo com o documento.
Em comunicado divulgado aos investidores na noite desta segunda-feira, a Petrobras informou que não há ainda decisão de sua cúpula sobre o caso da Braskem. Veja a seguir:.
"A Petrobras informa, conforme comunicados ao mercado divulgados em 18/09/2023, 22/08/2023, 14/08/2023 e 10/07/2023, que está realizando due dilligence na Braskem para eventual exercício de tag along ou direito de preferência, na hipótese de alienação das ações detidas pela Novonor na Braskem, conforme regras previstas no Acordo de Acionistas entre Petrobras e Novonor. Até o momento, não houve qualquer decisão da Diretoria Executiva ou do Conselho de Administração da Petrobras com relação ao tema. A Petrobras reitera que decisões sobre investimentos e desinvestimentos são pautadas em análises criteriosas e estudos técnicos, em observância às práticas de governança e aos procedimentos internos aplicáveis."