Economia
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Por — Rio e Brasília

A morte da economista Maria da Conceição Tavares, na madrugada de hoje, repercutiu nas redes entre políticos, economistas, artistas e ex- alunos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em post no X, lamentou a morte e exaltou sua importância na defesa de um "desenvolvimento econômico com justiça social".

"Maria da Conceição de Almeida Tavares foi professora, deputada federal pelo Partido dos Trabalhadores, economista e matemática, uma das maiores da nossa história. Nascida em Portugal, adotou o Brasil e nosso povo com o seu coração e paixão pelo debate público e pelas causas populares. Foi uma economista que nunca esqueceu a política e a defesa de um desenvolvimento econômico com justiça social. Formou gerações de economistas na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Trabalhou no BNDES, em projetos importantes para a industrialização do nosso país e com a CEPAL em defesa do desenvolvimento da América Latina.

Escreveu centenas de artigos e muitos livros. Até hoje suas aulas são consultadas pelos jovens em vídeos na internet, pela sua fala sempre franca e direta. Tive o prazer e a honra de conviver e conversar muito com minha amiga ao longo dos anos, debatendo o Brasil e os nossos desafios sociais e econômicos no Instituto Cidadania, em conversas no Rio de Janeiro ou em viagens pelo Brasil. Nesse momento de despedida, meus sentimentos aos familiares, em especial aos filhos, aos muitos amigos, alunos e admiradores de Maria da Conceição Tavares".

O Ministério da Fazenda soltou nota sobre a morte de Maria da Conceição Tavares. A pasta de Fernando Haddad destacou a "contribuição inestimável" dela ao pensamento econômico brasileiro.

"Corajosa, criticou de forma arguta decisões de política econômica implantadas em descompasso com a justiça social. Seu forte espírito público inspirou centenas de economistas no país. Neste momento de dor, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os servidores do ministério da Fazenda manifestam respeito e solidariedade aos familiares e amigos de Maria da Conceição Tavares", diz o texto.

No X, Haddad e os ministros dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, da Casa Civil, Rui Costa, e a Gestão e Inovação, Esther Dweck, também fizeram homenagens à economista.

A ministra de Gestão e Inovação considera Conceição a maior economista da América Latina. Ressalta a profundidade de seus conhecimentos teóricos e do seu papel de fazer a ponte entre a academia e a política.

— Minha formação deve muito a ela. Seus livros são referência. Nesses tempos de especialização. Tinha uma formação completa desde a matemática a geopolítica internacional. Fundou a pós-graduação da Unicamp e da UFRJ e fez a ponte entre academia e política. Ela sempre discordou de que a economia era uma ciência exata. Dizia que a economia política. Sem dúvida, a maior economista da América Latina.

A ex-presidente Dilma Rousseff escreveu que a amiga e professora "era uma mulher brilhante e profundamente comprometida com a soberania nacional, tendo atuado decisivamente na construção de um Brasil menos desigual".

Em nota, o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, lamentou a morte da economista, de quem era grande amigo:

"Perdemos hoje uma gigante do pensamento brasileiro e mundial. Recebo com profunda tristeza a notícia da morte da minha querida amiga e mestra Maria da Conceição Tavares, a mais brasileira de todas as portuguesas.

Com densa formação intelectual e profunda coragem, Conceição teve uma vida de compromissos com a democracia, com o desenvolvimento, com a distribuição de renda, com a justiça social e com o enfrentamento do neoliberalismo.

Debatedora perspicaz, contundente e de formação heterodoxa, defendeu em sua vasta obra que a economia é um instrumento para melhorar socialmente e politicamente uma nação. Na Cepal, desenvolveu contribuições originais para a análise das características e singularidades da economia brasileira e latino-americana.

Convivemos muito de perto por diversas ocasiões, quando a ajudei, por exemplo, na construção de sua tese “Ciclo e Crise: o movimento recente da industrialização brasileira”, em 1977, e na vitoriosa campanha de Conceição à deputada federal em 1994. Ainda, quando tive o prazer de contar com Conceição como minha assessora no Senado Federal, em 2003. Sem falar dos vários anos em que dividimos a coluna “Lições Contemporâneas” na Folha de S.Paulo.

Não poderia deixar de mencionar a imprescindível contribuição de Conceição para a construção do BNDES, instituição na qual ela entrou concursada em 1958 e que, atualmente, presido. Em março deste ano, na comemoração do Dia Internacional das Mulheres, realizamos uma homenagem à Conceição na sede do BNDES.

Destaco também que Conceição ajudou na concepção e na implantação do Plano de Metas.

Neste momento de tristeza incomensurável, deixo meu abraço fraterno e minha solidariedade para os filhos, amigos, familiares, discípulos e, especialmente, aos ex-alunos e estudantes de economia, que perdem hoje uma referência intelectual de integridade e de compromisso com o Brasil e com o povo brasileiro".

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) também prestou homenagem para a professora.

— A Cepal expressa sua profunda tristeza e pesar pela partida da eminente economista e amiga da Cepal e da América Latina, Maria da Conceição Tavares, que sempre será lembrada por seu compromisso e luta contra o subdesenvolvimento.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde Conceição era professora emérita do Instituto de Economia, destacou o "relevante papel" da economista na política e na economia do país e o fato de, ao longo da carreira, ela ter formado e influenciado inúmeros economistas e líderes políticos.

Já o Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) chamou a professora de "mestra fundadora" do Instituto e que a morte dela deixa um "vazio imensurável".

"Sua contribuição para a instituição e para o campo da economia foi de uma magnitude inigualável. Como professora e pesquisadora exemplar, Tavares deixou um legado profundo em gerações de economistas. Seu trabalho incansável e suas ideias inovadoras moldaram a forma como entendemos e estudamos a economia. Ela foi uma referência intelectual, sempre questionando as desigualdades e buscando soluções para os desafios enfrentados pelo nosso país.

Além de sua notável atuação acadêmica, Maria da Conceição Tavares também foi uma voz ativa na defesa de políticas econômicas inclusivas e voltadas para o desenvolvimento social. Sua influência ultrapassou os limites da academia, alcançando o debate público e contribuindo para moldar o futuro do Brasil", diz o texto.

O ex-presidente da Petrobras Jean Paul Prates também se manifestou: "A quem quiser entender o tamanho da economista que a Humanidade perdeu hoje, sugiro assistir esta cinebiografia (de José Mariani) sobre A MESTRA Maria da Conceição Tavares! Que tenhamos competência para difundir seus ensinamentos!

Já o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, definiu a economista como "mestre do desenvolvimento com justiça social" no país.

Personalidades também comentam

Os senadores Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e Humberto Costa (PT-PE), assim como a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) também lamentaram a morte da economista.

O cantor Emicida e Whindersson Nunes também se manifestaram:

"Obrigado, Professora! "

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