O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, nesta quinta-feira, que o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, tem "todas as condições de ser presidente do Banco Central". Questionado se o diretor será sua indicação em 2025, Lula disse que ainda não fechou um nome.
A declaração foi feita em entrevista à rádio Itatiaia, em Belo Horizonte. Galípolo é o principal cotado para suceder o atual presidente do BC indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Roberto Campos Neto, que encerra o mandato no final de 2024.
— O Galipolo é um menino de ouro, competentíssimo, de uma honestidade ímpar. Ele tem todas as condições para ser presidente do Banco Central, mas nunca conversei com ele (...) O cidadão que está lá tem mandato até dezembro, então eu não tenho pressa — disse Lula.
O petista disse que ainda não conversou com o diretor do BC sobre uma possível indicação, e que irá conversar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, antes de fazer a escolha. Galípolo esteve com Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto na última terça-feira, em uma reunião com foco na meta de inflação. No encontro, Lula deu aval para mudança na meta de inflação, com novo prazo de referência.
— Vou indicar uma pessoa que entenda muito de política monetária. Que goste do Brasil, que tenha compromisso com o Brasil (...) Na hora que disser que tem que aumentar a taxa de juros ele tem que explicar porque tem que aumentar. E, na hora que abaixar, também tem que explicar por que vai abaixar — comentou o presidente sobre a presidência do BC na entrevista.
Lula voltou a falar do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a quem vem criticando nas últimas semanas devido à manutenção da taxa básica de juros em 10,5% ao ano, que deve interromper uma sequência de redução nos juros iniciada em agosto de 2023.
— O Banco Central tem autonomia, o cidadão tem mandato, veja que absurdo, eu ganhei as eleições pra Presidência da República e vou ficar dois anos com um presidente do Banco Central indicado pelo adversário, que pensa ideologicamente diferente de mim, que pensa economicamente diferente de mim — declarou.