Botafogo
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Por Redação do GLOBO — Rio de Janeiro

Na tarde desta sexta-feira, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) concluiu e liberou o relatório no qual apurou as denúncias feitas por John Textor, dono da SAF do Botafogo, por um suposto esquema de manipulação de resultados no futebol brasileiro. O documento de cerca de 50 páginas, porém, trata como "imprestáveis" as provas apresentadas pelo empresário, e sugere denúncia contra o americano.

O relatório é assinado por Mauro Marcelo de Lima e Silva, relator do inquérito. O auditor do Pleno recomendou a aplicação de penalidades de multa e suspensão contra Textor e descreveu as condutas ilícitas praticadas por ele. No total, pediu suspensão de 2.340 dias (pouco mais de seis anos) e sanção no valor de R$ 2 milhões, o que concretizaria a maior punição da História do STJD.

Desde a derrota do Botafogo para o Palmeiras por 4 a 3, no Brasileirão do ano passado, o americano iniciou uma série de denúncias contra a arbitragem, baseado nos relatórios da empresa "Good Game!", que o fez, inclusive, em março, acusar o alviverde de se beneficiar do esquema há duas temporadas. Porém, as provas apresentadas não convenceram o tribunal.

Em abril, Textor garantiu que jogadores de Fortaleza, em 2022, e São Paulo, em 2023, teriam facilitado o caminho para vitórias do Palmeiras naquelas edições do Brasileirão. O inquérito liberado hoje ainda envolve Grêmio, Bahia, Flamengo e Atlético-MG, e incluiu nove árbitros.

"Após uma minuciosa análise, o Auditor processante concluiu que as provas eram 'imprestáveis' e configuravam ilícitos desportivos contra a honra praticados por John Textor contra sete entidades desportivas, nove atletas e nove árbitros. Além disso, foram constatadas infrações contra a ética desportiva e a motivação pessoal na solicitação da instauração do inquérito", afirma o STJD.

A sugestão de denúncia contra Textor envolve três artigos: 221 (dar causa, por erro grosseiro ou sentimento pessoal, à instauração de inquérito ou processo na Justiça Desportiva), 243-A (atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim de influenciar o resultado de partida, prova ou equivalente) e 243-F (ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto).

O relatório foi encaminhado para a Procuradoria do STJD, e uma cópia foi compartilhada com a Divisão de Integridade da Fifa. A partir do momento que for intimada, a Procuradoria terá um período de dois meses para oferecer a denúncia ao Pleno.

Veja a decisão do STJD sobre Textor:

"O inquérito instaurado para apurar as denúncias do dono da SAF Botafogo, John Textor, de manipulação de resultados em partidas do Campeonato Brasileiro foi concluído e liberado nesta sexta, 5 de julho, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol. Presidido pelo auditor do Pleno, Mauro Marcelo de Lima e Silva, o relatório conclusivo conta com mais de 50 páginas e indica como “imprestáveis” as provas apresentadas por Textor, além de destacar ilícitos desportivos praticados pelo sócio majoritário do Botafogo contra atletas, clubes e árbitros. A conclusão foi encaminhada para a Procuradoria da Justiça Desportiva.

Sem apresentar provas e, com base em uma empresa de inteligência artificial, John Textor publicou texto em 01º de abril de 2024 afirmando que o jogo entre e Palmeiras e São Paulo, realizado em outubro de 2023, foi manipulado por ao menos cinco jogadores do São Paulo.

As denúncias de John Textor foram contestadas no STJD do Futebol por representações feitas por Palmeiras, São Paulo, Associação de atletas e dos árbitros e gerou o pedido de abertura de inquérito feito pela Procuradoria.

O inquérito de número 121/2024 foi presidido pelo Auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva. Durante o inquérito, John Textor apresentou as “provas irrefutáveis” que alegava possuir. Após uma minuciosa análise, o Auditor processante concluiu que as provas eram "imprestáveis" e configuravam ilícitos desportivos contra a honra praticados por John Textor contra sete entidades desportivas, nove atletas e nove árbitros. Além disso, foram constatadas infrações contra a ética desportiva e a motivação pessoal na solicitação da instauração do inquérito.

Na conclusão do relatório, o Auditor Mauro Marcelo de Lima e Silva descreveu as condutas ilícitas praticadas por John Textor e recomendou a aplicação de penalidades de multa e suspensão, as maiores já propostas na história do STJD. O relatório conclusivo com sugestão de denúncia foi encaminhado para a Procuradoria."

Veja trechos da decisão:

STJD pede punição de seis anos e multa de R$ 2 milhões a John Textor — Foto: Reprodução
STJD pede punição de seis anos e multa de R$ 2 milhões a John Textor — Foto: Reprodução
Trecho da decisão do STJD sobre John Textor — Foto: Reprodução
Trecho da decisão do STJD sobre John Textor — Foto: Reprodução
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