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GERADO EM: 14/07/2024 - 07:00

Atletas brasileiros preteridos para Olimpíadas de Paris

Atletas do Brasil são preteridos para as Olimpíadas de Paris, gerando frustração e polêmica. Alguns aguardam decisão do CAS, enquanto outros lidam com a falta de exames antidoping prévios. A situação expõe falhas no sistema de seleção e causa desconforto para os atletas afetados.

Trabalhar duro durante todo o ciclo olímpico e ficar fora da Olimpíada é o pior cenário para o atleta de alto rendimento. Não importa o motivo, é dolorido. Enquanto 277 brasileiros arrumam as malas ou já estão em aclimatação para Paris-2024, quem não vai tenta superar a frustração.

É o caso da amazona Luciana Diniz, de 34 anos, que disputaria a sexta Olimpíada, segunda pelo Brasil (em Atenas-2004 foi nona por equipes). Em 2006, após desentendimento com a Confederação Brasileira de Hipismo, representou Portugal, país do avô. Voltou a defender o Brasil após Tóquio-2020 e ajudou a equipe a garantir vaga a Paris-2024.

Mas está fora do time de saltos, composto apenas por homens (Yuri Mansur, Stephan de Freitas Barcha, Rodrigo Pessoa e Pedro Veniss). O hipismo é a única modalidade olímpica em que homens e mulheres competem em igualdade. Até hoje, porém, só quatro mulheres integraram esta equipe olímpica.

Nas redes sociais, Luciana comentou que, embora aceitasse a decisão do treinador Philippe Guerdat, ficou desapontada. Ao GLOBO, disse que realizou a preparação solicitada e obteve “os melhores resultados possíveis”.

— Só o treinador pode responder o porquê desta decisão. Só ele conhece os critérios que utilizou.

O técnico não respondeu sobre o tema ao GLOBO.

Alice Gomes, ginasta de trampolim, integrante da seleção brasileira desde 2018, também obteve vaga para o país, mas foi preterida pela Confederação Brasileira de Ginástica. Com carreira mais consolidada, Camilla Lopes foi a escolhida. Alice viajou a França como reserva mas, segundo ela, sem as regalias dos titulares.

Ela ficará junto à equipe titular até a data limite para substituições. Depois, se quiser permanecer em Paris, terá de arcar com os custos. Ela pretende acompanhar o marido Henrique Honorato, ponteiro da seleção de vôlei.

— Os reservas não ganham uniforme, não ficam na Vila Olímpica, não ganham os presentinhos —lamenta. — Mas ir como reserva é motivo de orgulho. Agora, fica aquilo: “O que poderia ter feito melhor?”.

Livia Avancini, arremessadora de disco: obteve vaga para Paris-2024, mas perdeu por falta de testagem antidoping — Foto: Arquivo pessoal
Livia Avancini, arremessadora de disco: obteve vaga para Paris-2024, mas perdeu por falta de testagem antidoping — Foto: Arquivo pessoal

Mesmo acostumada com esta realidade, disse que precisou de apoio psicológico.

— É literalmente assim: “Não desejo que ninguém se machuque, mas estou pronta para caso a pessoa machucar”. Minha torcida é para que o Brasil faça a melhor competição possível, o trampolim precisa de resultado.

Limbo

Mesmo com delegação fechada, Lívia Avancini (arremesso de peso), Max Batista (marcha atlética) e Hygor Gabriel (4x100 m) não sabem se vão a Paris. Conseguiram classificação, mas perderam suas vagas.

A World Athletics alega que eles não foram submetidos a três testes antidoping surpresa, dez meses antes dos Jogos e com intervalo de 21 dias cada. Fez esta exigência em fevereiro a Brasil, Peru, Equador e Portugal. Aqui, a testagem é feita pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), órgão do governo, segundo indicações da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

—Estamos pagando por um erro que não é nosso — lamentou Lívia, que aos 32 anos, sendo 20 dedicados ao esporte, conquistou pela primeira vez vaga olímpica, via cota. —Já sabia que teria de fazer mais um exame, mas a gente não pode bater na porta da ABCD e falar: “Quero fazer um exame”. É surpresa.

Lívia disse que a comemoração pela vaga durou um dia. Fez festa com a família e logo depois veio o pesadelo. Diz que CBAt e ABCD estão sendo punidas por não cumprirem a regra internacional na íntegra, mas que únicos os prejudicados são os atletas.

— A ABCD soltou nota se isentando também, como se fosse um acaso, por “culpa do universo”. E quem perde a chance de participar de um evento dessa magnitude? — questiona Lívia, que acredita que a ACBD não a testou de forma completa por falta de dinheiro, já que mora em Londrina. —Estava ali no ranking e pessoas abaixo de mim fizeram pois moram em São Paulo. Dia sim, dia não, o pessoal aparecia na casa desta galera. Me falaram: ‘Nossa, fiz uns seis exames em uns cinco meses e nem estou no ranking (perto da vaga)”.

Camilla Lopes e Alice Gomes: titular e reserva em Paris-2024 — Foto: Divulgação
Camilla Lopes e Alice Gomes: titular e reserva em Paris-2024 — Foto: Divulgação

O GLOBO apurou que não faltou dinheiro. A CBAt ajudou a pagar os custos. Lívia e Max, que conquistaram vaga via cota, estavam na lista alvo. E Hygor, escolhido por critério interno da CBAt para o revezamento 4x100m, não estava mapeado.

A ABCD, que testa 2.500 atletas por ano, se viu diante do desafio de fazer mais de 470 testes apenas do atletismo em 90 dias. Segundo a entidade, os testes foram realizados em diversos estados e fora do Brasil. Questionada sobre o planejamento, a ABCD explicou que “diante do cenário crítico, com pouco tempo para cumprir demanda desafiadora, atletas com mais chances de medalha, com chances de melhores resultados e com chance importante de classificação estavam no topo da lista”.

O presidente da CBAt, Walmir Motta Campos, afirma que foi a Corte Arbitral do Esporte, na Suíça. Explicou que a Livia e o Max fizeram quatro testes, e o Hygor, três. E que no caso da Livia e do Max, dois testes não tiveram o intervalo de 21 dias e um destes foi realizado em competição. E que no caso do Hygor, foram dois em competição e somente um fora de competição.

Técnico de Max, João Sena Bonfim, disse que está há 45 anos no esporte e que desde 1986 tem atletas treinados por ele ou do clube Centro de Atletismo de Sobradinho nunca viu algo do tipo:

—Sabemos que as exigências são cada vez maiores, mas não esperávamos algo tão pesado — lamentou. — Foge da nossa alçada, mas estamos otimistas. A corte arbitral sabe o que os atletas passam para conseguir a vaga olímpica. Não têm culpa deste processo não concluído.

Ele contou que Max ficou baqueado no dia da publicação da lista dos convocados sem seu nome. Mas que agora está "tranquilo" e aguarda o resultado final.

Ao GLOBO, ABCD disse que não pode divulgar a porcentagens de testes realizados por região do país, mas que “é fato conhecido que a maioria dos atletas está reunida em locais da região Sudeste, pela estrutura proporcionada”. E sobre a eficiência dos testes, em período curto e com espaçamento de 21 dias, a entidade respondeu: “Infelizmente esta regra compromete, em alguma medida, o efeito surpresa, uma vez que o atleta podia prever o período em que teria mais chance de ser testado.”

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