As apresentações de resultados da Americanas nos últimos nove anos foram todas marcadas pelo otimismo, apesar da corrosão silenciosa das contas da empresa no período, até seu rombo de R$ 20 bilhões.
Conferências com analistas de mercado e relatórios de 2014 até 2022 transbordam um tom efusivo, sobretudo ante às conquistas do Índice de Sustentabilidade Empresarial, tendo “governança corporativa” como critério — o que, visto de hoje, soa constrangedor.
Também houve festa pela valorização das ações e do fluxo de caixa (“expressiva evolução”, em 2019); de aquisições (“nos colocaram em outro patamar”, em 2021) e das políticas de compliance (“nenhum caso de corrupção registrado”, em 2020).
Os documentos, nesses nove anos, incluíram menções incansáveis a termos como "crescimento" (270 vezes); "governança" (192); "ética" (142); "responsabilidade" (95) e "transparência" (34). Tudo ficou pelo caminho.