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Por O Globo — Rio de Janeiro

O investidor bilionário Kenneth Griffin, responsável por doações de mais de US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões) à Universidade Harvard, anunciou que vai parar com as contribuições financeiras. Ele afirmou que a instituição forma ‘mimados chorões’, “presos a uma ideologia equivocada de opressor e oprimido”.

Griffin citou como motivos para a pausa nas doações a maneira como a universidade lida com antissemitismo no campus. Em abril, ele havia doado US$ 300 milhões para a Faculdade de Artes e Ciências de Harvard.

— Até que a Universidade Harvard deixe muito claro que vai retomar seu papel como educadora de jovens homens e mulheres americanos para serem líderes, solucionadores de problemas, para enfrentar questões difíceis, eu não tenho interesse em apoiar a instituição, — declarou.

Griffin se formou em Harvard em 1989. Hoje, a fortuna dele é estimada em US$ 37 bilhões, o que o torna a 37ª pessoa mais rica do mundo, segundo a Forbes. Ele segue a decisão de outros multimilionários americanos que pararam de doar a instituições de elite após o início do conflito entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas.

A lista inclui o também ex-aluno Len Blavatnik; Leon Cooperman, que parou de doar para a Universidade de Columbia; e Marc Rowan, que tomou a mesma medida com a Universidade da Pensilvânia.

Polêmica com ex-reitora

No início de janeiro, a reitora de Harvard, Claudine Gay, renunciou em meio à polêmica sobre como a universidade tratou das acusações de antissemitismo no campus, mas denunciou ter sido vítima de ameaças e racismo. Ela vinha enfrentando críticas por opiniões consideradas polêmicas — uma crise que afetou diversas universidades e escolas de ensino superior dos EUA, levando à demissão de gestores.

"Depois de consultas com os membros da Corporação, ficou claro que o melhor para os interesses de Harvard e para os meus seria apresentar a renúncia, para que nossa comunidade possa navegar por este momento de extraordinários desafios com foco na instituição, ao invés de indivíduos", disse a agora ex-reitora, em comunicado publicado na página da instituição.

Em meio à guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, as universidades americanas se tornaram palco de manifestações políticas. Protestos condenando a ofensiva de Israel contra o enclave palestino, contudo, acenderam rapidamente o debate sobre os limites da liberdade de expressão, levantaram questões sobre a independência das universidades e bagunçaram as relações entre doadores, ex-alunos, professores e estudantes.

Em novembro, Gay e reitores de outras duas renomadas instituições de nível superior — a Universidade da Pensilvânia e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) — foram convocados a testemunhar em uma audiência do Congresso sobre antissemitismo nos campi. Em suas declarações de abertura, os reitores declararam estarrecimento diante do antissemitismo e disseram estar realizando ações contra o discurso de ódio contra judeus, explicações consideradas frágeis por parlamentares dos dois partidos e que enfureceram até a Casa Branca.

Sob pressão cerrada, a reitora Liz Magill, da Universidade da Pensilvânia, "apresentou voluntariamente sua renúncia", dias depois da audiência. Em entrevista posterior, Gay disse ter falhado em denunciar de forma apropriada as ameaças de violência a estudantes judeus.

Em dezembro, mais de mil nomes, incluindo doadores bilionários como Bill Ackman — que pediu a publicação de uma lista com os nomes de estudantes que tivessem tomado parte em um abaixo-assinado contra Israel para não contratá-los no futuro — exigiram que a universidade substituísse Gay imediatamente. Apesar disso, à época ela recebeu o apoio decisivo de 700 integrantes do corpo docente, que assinaram uma petição instando a liderança da escola a resistir às pressões políticas “em desacordo com o compromisso de Harvard com a liberdade acadêmica”.

As crescentes críticas fazem parte de uma batalha ideológica mais ampla sobre uma suposta inclinação esquerdista nas universidades de elite. Republicanos e alguns doadores veem no debate uma chance de reformatar a educação superior no país, considerada "progressista demais".

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