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Por O GLOBO e AFP — Vaticano

O Papa emérito Bento XVI está lúcido e seu estado de saúde é estável, afirmou o Vaticano nesta quinta-feira por meio de comunicado. A nota diz ainda que, apesar do quadro de gravidade, não houve piora na última noite. Na quarta-feira, o Papa Francisco pediu orações por seu antecessor, que renunciou ao comando da Igreja Católica em 2013 e vive em um mosteiro na Cidade do Vaticano.

"O papa conseguiu descansar bem na noite passada, está acordado e totalmente lúcido hoje. Ainda que seu estado continue grave, a situação é estável", anunciou em comunicado o diretor do serviço de comunicação do Vaticano, Matteo Bruni.

O comunicado foi divulgado depois de a imprensa italiana informar, nesta manhã, citando fontes do Vaticano, que o Papa emérito está em estado grave, mas estável.

— O estado de saúde não mudou desde ontem, quarta-feira — afirmaram as fontes, que estão em contato com o mosteiro Mater Ecclesiae, a residência de Bento XVI nos jardins do Vaticano.

O ex-Pontífice teve uma piora em seu estado de saúde na última semana. Na quarta-feira,  o Papa Francisco afirmou que Bento XVI, de 95 anos, estava "muito doente" e pediu orações:

— Quero pedir a todos vocês uma oração especial para o Papa emérito Bento, que em silêncio está sustentando a Igreja — disse Francisco, em italiano. — Vamos lembrar dele, ele está muito doente. Pedimos ao Senhor para confortá-lo em seu testemunho de amor à Igreja até o fim — completou o Papa, cujo perfil oficial no Twitter compartilhou a mesma declaração horas depois.

O Papa emérito surpreendeu o mundo com sua renúncia em 2013 por motivos de saúde, em meio a escândalos envolvendo instituições financeiras da Igreja e denúncias de abuso sexual de menores por clérigos.

— A saúde dele piorou há três dias. As funções vitais falham, inclusive o coração — disse uma fonte do Vaticano à AFP na quarta-feira, antes de explicar que não está prevista uma hospitalização, já que a residência de Bento XVI dispõe dos equipamentos médicos necessários.

O pontificado de oito anos de Bento XVI (2005-2013) foi marcado por várias crises, incluindo as revelações sobre abusos sexuais de religiosos contra menores de idade em vários países, de que ele teria conhecimento. Sua renúncia, anunciada em latim em 11 de fevereiro de 2013, foi uma decisão pessoal motivada pela saúde debilitada e não pela pressão dos escândalos, afirmou o ex-pontífice em um livro de memórias publicado em 2016.

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