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Por AFP — Chernobyl, Ucrânia

Deserta desde o pior desastre nuclear do mundo, em 1986, a zona de exclusão em torno da desativada usina de Chernobyl, no norte da Ucrânia, é um dos lugares mais inóspitos do planeta. Mas, para as tropas ucranianas que resistem à invasão das forças russas, tornou-se um campo de treinamento crucial.

Coberto com rede de camuflagem, um caminhão do Exército ucraniano equipado com uma arma antiaérea transita por entre as árvores secas na zona de exclusão, a apenas 15 km da fronteira da Ucrânia com a Bielorrússia — aliada de Moscou. Perto dali, um tanque carregando soldados ucranianos se move por uma planície na orla da floresta, rolando sobre trechos de neve derretida.

Com um sinal, um grupo de soldados lança um ataque de treino e segue em direção à floresta. Muitos dos homens ali não são sequer soldados profissionais. Eles foram convocados ou decidiram se juntar ao Exército depois que a Rússia atacou a Ucrânia há quase um ano.

— Sou professor de matemática. Não tive treinamento militar — disse Vasily, um dos militares que participaram dos exercícios.

No dia em que a Rússia invadiu, ele disse que não precisou pensar duas vezes antes de se inscrever para lutar.

— No dia 24, estava pondo ordem na minha situação, e no dia 25 de fevereiro me inscrevi na defesa territorial — acrescentou.

Ele disse não ter dúvidas de que a fronteira da Ucrânia com a vizinha Bielorrússia, um ex-país soviético que no ano passado permitiu que tropas russas usassem seu território como plataforma de lançamento para sua invasão, está bem guardada.

Acidente nuclear

O reator número quatro de Chernobyl explodiu em 26 de abril de 1986, causando um acidente nuclear que matou centenas e espalhou contaminação radioativa por uma larga extensão territorial. A usina, onde o reator destruído é mantido sob um sarcófago de concreto e chumbo, agora está cercada por uma zona de exclusão de 30 km.

A extinta usina foi rapidamente capturada pelas forças russas em 24 de fevereiro do ano passado, o primeiro dia da invasão. A Rússia manteve o controle por várias semanas, levantando temores pelo bem-estar dos cerca de cem técnicos que trabalham no local.

Enquanto o Exército russo se retirou da fábrica, a ameaça de suas forças estacionadas do outro lado da fronteira na Bielorússia ainda permanece.

— Ainda existe uma divisão de tropas que continua treinando em território bielorrusso — disse Sergiy Nayev, oficial de alta patente do Exército ucraniano. — O objetivo é repelir uma ofensiva inimiga do lado da República da Bielorrússia e evitar um desembarque.

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