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Por The New York Times — Adana, Turquia

Um novo e poderoso terremoto sacudiu o Sul da Turquia e o Noroeste da Síria no final da tarde desta segunda-feira, espalhando pânico entre os sobreviventes e prendendo mais pessoas sob edifícios desmoronados, apenas duas semanas depois do tremor duplo devastador nas proximidades que destruiu mais de 100 mil edifícios, matou mais de 46 mil pessoas e deixou mais de 1 milhão de desabrigados. Segundo autoridades turcas, ao menos três pessoas morreram e 213 ficaram feridas no país.

O novo terremoto, de magnitude 6,3 graus, ocorreu perto da cidade de Uzunbag, na província turca de Hatay, pouco depois das 17h locais (11h em Brasília), de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos. A mesma província sofreu danos vastos no terremoto de magnitude 7,8 ocorrido antes do amanhecer de 6 de fevereiro, seguido por um poderoso tremor secundário de magnitude 7,5 algumas horas depois.

O tremor desta segunda-feira espalhou o terror pela zona do terremoto, onde muitas pessoas, traumatizadas pelo desastre anterior, estão hospedadas em barracas e dormindo em seus carros porque continuam com medo de entrar em qualquer edifício.

Epicentro de novo tremor ocorreu em Defne, próximo a Gaziantep, epicentro de terremoto do último dia 07 — Foto: Editoria de Arte O Globo
Epicentro de novo tremor ocorreu em Defne, próximo a Gaziantep, epicentro de terremoto do último dia 07 — Foto: Editoria de Arte O Globo

O prefeito de Hatay, Lutfu Safas, disse à emissora turca NTV que algumas estruturas desabaram, prendendo pessoas embaixo:

— Infelizmente, estamos recebendo mensagens sobre pessoas que permaneceram sob prédios — disse ele, acrescentando que essas pessoas voltaram para suas casas porque acreditavam que elas estavam sólidas ou para resgatar seus pertences.

No hotel Sheraton na cidade de Adana, onde vários prédios desabaram no terremoto inicial, famílias se amontoaram em elevadores com suas bagagens para sair do prédio.

Uma mulher segurava os soluços, tentando falar com alguém em seu telefone. Outro convidado começou a ligar para os membros da família, instando-os a deixar o prédio.

— Estou tremendo. Estamos todos traumatizados — disse Asu Askit, esposa do proprietário do hotel. — Acho que vou ficar no meu carro esta noite.

A gestão de desastres da Turquia disse esta semana que mais de 6 mil tremores secundários atingiram as 11 províncias que compõem a zona de desastre nos dias desde os tremores iniciais do início de fevereiro. Algumas dezenas deles tinham uma magnitude entre 5 e 6. É esperado que esses tremores continuem a acontecer durante meses, mas tornem-se mais fracos com a passagem do tempo.

As autoridades da Turquia alertaram os moradores da zona do terremoto para ficarem longe de estruturas danificadas, e a organização nacional de gerenciamento de desastres do país alertou as pessoas no Twitter para ficarem longe da costa do Mediterrâneo, temendo que o nível do mar suba até meio metro.

Na Síria, pessoas foram hospitalizadas com crises de pânico e após ficarem feridas em tumultos enquanto os moradores fugiam de seus prédios para áreas abertas, informou a mídia estatal. Moradores da cidade costeira de Tartous fugiram de suas casas, temendo um tsunami.

“Não temos carros, não temos combustível e não há táxis para fugir para o campo”, escreveu um morador em uma mensagem de texto. “Não sabemos para onde ir.”

No território controlado pelos rebeldes ao longo da fronteira com a Turquia, os Capacetes Brancos, uma organização de resgate local, relataram fugas coletivas semelhantes e disseram que pessoas pularam de varandas para escapar de prédios. Muitos edifícios danificados no terremoto inicial desabaram, disse o grupo.

Serkan Topal, um legislador turco que estava em Hatay durante o terremoto de segunda-feira, disse à Halk TV da Turquia “recear que haja vítimas”. O novo terremoto pode exacerbar o desafio de fornecer abrigo aos sobreviventes que ainda estão na área, disse ele.

— Agora, vamos precisar de ainda mais barracas — afirmou. — Depois do terremoto desta noite, ninguém entrará em suas casas. Precisamos de barracas, de barracas.

O governador de Hatay, Rahmi Dogan, disse à agência de notícias estatal Anadolu que as autoridades estavam examinando a cidade para avaliar a destruição e identificar moradores precisando de ajuda.

Falando a repórteres em Ancara, a capital turca, o vice-presidente Fuat Oktay disse que oito pessoas ficaram feridas, e alertou os moradores da zona do terremoto para ficarem longe de prédios danificados.

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