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Por O Globo — Rio de Janeiro

A Palestina acusou Israel, nesta terça-feira, de estar usando bombas de fósforo branco como resposta à ofensiva do Hamas, iniciada no último sábado. O armamento estaria sendo usado durante bombardeios realizados em áreas povoadas na Faixa de Gaza, segundo a agência turca Anadolu.

“A ocupação israelense utiliza o fósforo branco internacionalmente proibido contra os palestinos na área de Al Karama, ao norte de Gaza”, publicou o perfil oficial do Ministério de Relações Exteriores Palestina, acompanhado de um vídeo no qual uma dessas bombas estaria em uma rua de região destruída pelos ataques.

Uma suspeita similar ocorreu em março desse ano, quando jornalistas da AFP afirmaram ter visto forças russas usarem munição incendiária de fósforo branco em uma área sem casas em Chasiv Yar, perto de Bakhmut, no Leste da Ucrânia. Na ocasião, dois projéteis foram disparados com cinco minutos de intervalo em uma estrada na saída sul da cidade, que leva à cidade de Bakhmut, cenário de uma longa batalha.

O barulho feito pelo lançamento dos projéteis foi seguido por explosões de bombas de fragmentação, que lançaram várias bolas de fósforo brancas incandescentes, que caíram lentamente do céu. Ao chegarem ao solo, as bolas incendiárias provocaram fogo na vegetação dos dois lados da via, numa área equivalente à de um campo de futebol.

O que é o fósforo branco?

Ao contrário do vermelho, inofensivo e encontrado em palitos de fósforo, o fósforo branco é altamente tóxico e instável, com a propriedade de voltar a queimar mesmo após ser apagado se entrar em contato com o oxigênio. Devido a essa alta capacidade de combustão espontânea — que se inflama a partir de aproximadamente 30ºC —, a substância deve ser mantida em água ou parafina.

O fósforo branco pode ser fabricado por meio do fosfato encontrado em rochas, com uma aparência que se assemelha à cera, e tem odor ácido semelhante ao de alho. Translúcido, o fósforo branco tende a adquirir uma cor amarelada quando exposto à luz.

A substância já foi utilizada na composição de pesticidas, venenos e fogos de artifício. Hoje, é comumente usada na fabricação de fertilizantes, aditivos alimentares, compostos de produtos de limpeza, chips de computador, ligas metálicas e bombas de fumaça.

O que são bombas de fósforo branco?

Munições de fósforo branco têm poder altamente explosivo. Essas bombas são capazes de incendiar centenas de metros quadrados, uma vez que o fogo é causado pela reação do fósforo branco com o oxigênio, que queima até o fim

A reação química entre a substância e o oxigênio pode iniciar uma combustão de cerca de 850 graus Celsius, queimando de forma extremamente rápida e brilhante.

A densa fumaça branca e tóxica produzida pela reação — o pentóxido de fósforo — é capaz de obstruir a visão infravermelha e sistemas de rastreamento de armas, conforme relatório publicado pela ONG Human Rights Watch.

Quais os perigos das bombas de fósforo branco para os humanos?

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), o fósforo branco é absorvido pelo corpo humano quando inalado, ingerido ou por meio de contato com a pele.

A exposição à substância pode causar queimaduras graves e que podem até mesmo atingir os ossos. Além disso, o fósforo branco pode entrar na corrente sanguínea e afetar órgãos internos, como os rins, o fígado e o coração, o que pode causar falência múltipla.

Os pulmões podem ser gravemente afetados pela exposição à fumaça, danificando o sistema respiratório. O CDC também aponta danos sérios à córnea dos olhos, além de possíveis perfurações, inflamações no globo ocular (endoftalmite) e outros problemas oculares graves no caso de contato com os vapores da substância.

O tratamento dos ferimentos causados pelas bombas de fósforo branco é difícil, já que os fragmentos podem continuar a queimar em contato com oxigênio.

É proibida a utilização de fósforo branco na guerra?

Apesar de seu uso ser condenado por organizações de defesa dos direitos humanos, o fósforo branco não é proibido pela legislação internacional. Isso significa que é comum a utilização da substância em artifícios de guerra para iluminar territórios e abrir cortinas de fumaça no recuo de tropas e durante ataques.

Munições de fósforo branco operam da mesma maneira que armas incendiárias (“pela ação de chama, calor ou combinação destes, produzidos por uma reação química de uma substância lançada no alvo”), embora não recebam a mesma classificação perante as leis internacionais, revelando uma brecha nos protocolos dos tratados de armas da ONU.

No entanto, o uso da substância em áreas civis é estritamente proibido pela convenção de Genebra de 1997, o que configuraria uma violação do direito internacional.

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