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Por O Globo e agências internacionais — Caracas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo de seis anos, anunciou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país na madrugada desta segunda-feira. Com 80% das urnas apuradas, no entanto, a diferença entre o líder chavista e o candidato da oposição, Edmundo González, é de apenas 704.114 votos. Nesse cenário, segundo cálculos de economistas e políticos, os 20% ainda não apurados podem indicar que o resultado anunciado pelo órgão eleitoral não é irreversível.

Logo após o órgão eleitoral divulgar os números do pleito, o economista Alejandro Grisanti publicou no X que, se a participação eleitoral foi de 59%, significa que votaram na Venezuela 12.582.373 de um total de 21.326.056 de eleitores registrados. Deste número, com 80% dos votos apurados, Maduro obteve 5.159.920. González, por sua vez, conquistou 4.445.978 (e outros candidatos 460 mil). Com isso, a suposta diferença entre o chavista e o opositor é de pouco mais de 700 mil, mas ainda faltam ser contabilizados pouco menos de 2 milhões e 600 mil votos.

“É evidente que a 'suposta diferença' até agora não é conclusiva, nem é irreversível”, escreveu Grisanti. “Tudo parece indicar que as eleições não são auditáveis e, portanto, os resultados apresentados não são críveis. Espero de [o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência do Brasil,] Celso Amorim, e [o ex-presidente da República Dominicana] Leonel Fernández, a sua capacidade de não endossar o que possivelmente não é auditável”, continuou ele.

Ao fazer seus próprios cálculos, o venezuelano Juan Barreto, do partido Redes, apontou que 2.393.268 votos ainda não foram contados. “Perdoem minha ignorância em matemática, mas preciso que, por favor, me expliquem. Quem recebeu esses quase 2 milhões e meio de votos?”, questionou ele no X. O mesmo foi pontuado pelo jornalista Eugenio G. Martínez, que afirmou que “uma simples operação aritmética serve para verificar que” a liderança do chavista não é irreversível.

Maduro apresentou a eleição como uma encruzilhada entre "paz ou guerra" e alertou que uma vitória da oposição poderia levar a um "banho de sangue", o que rendeu críticas dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e do Chile, Gabriel Boric, entre outros. Após o anúncio da vitória nas eleições, o venezuelano disse ter recebido ligações de chefes de Estado da chamada aliança bolivariana, com países como Nicarágua, Bolívia e Cuba. O resultado, no entanto, levantou questionamentos por parte da comunidade internacional.

A oposição venezuelana denunciou fraude na votação e se declarou vitoriosa, com 70% dos votos, contra 30% para Maduro. González acusou o CNE de "violar todas as normas" e destacou que seu grupo político lutará para que "a vontade do povo da Venezuela seja respeitada". A líder da oposição, María Corina Machado — que chegou a vencer as primárias mas foi impedida de disputar o pleito —, anunciou que nos próximos dias sua coalizão agirá para "defender a verdade".

Em sua primeira declaração após os resultados, Maduro agradeceu aos eleitores e afirmou ser um "homem de paz e de diálogo". O presidente exaltou a relação do seu governo com a de seu padrinho político e antecessor, Hugo Chávez (1954-2013) e pediu respeito ao CNE e à Constituição venezuelana. No poder desde 2013, Maduro agora tem a perspectiva de permanecer na Presidência por 18 anos, até 2031. Ao final do novo mandato, penas o ditador Juan Vicente Gómez terá governado por mais tempo que ele, com 27 anos no total (1908-1935). (Com AFP)

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