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Por Anna Luiza Santiago

Christiane Torloni participou do "Sem censura", apresentado por Cissa Guimarães, nesta terça-feira (7). Um dos temas discutidos no programa foi o Alzheimer, e a atriz falou sobre o preconceito que a sociedade brasileira tem com os idosos.

— A gente está vivendo um momento do planeta... Esse país é um país jovem, não tem estrutura para pessoas mais velhas, tem etarismo. É uma prova de obstáculos (cuidar de uma pessoa idosa). Esse incentivo da empatia tem que contaminar o país, que também está ficando mais velho. Eu viajei muito com a minha mãe para fora do Brasil, e fora eles têm um olhar diferente. Todo mundo olha com um gesto de carinho, o guarda na rua ajuda. Aqui você vai pedir uma informação e tem medo. Essa gentileza, essa empatia, essa humanidade, leveza, eu acho tão legal. A gente ficou tão pesado. A gente só enxerga a carga de uma pessoa mais velha.

Ela também falou sobre a experiência que teve com o pai, que morreu há cerca de sete meses. Ela contou que o pai ficou mais amoroso nos momentos finais:

— Perdi papai há sete meses. Chegou uma época que ele não deixava mais beijar, acarinhar. A gente percebia que não era uma coisa normal. Depois que ele teve o infarto, e ficou muito amoroso. Eu falei: "vou aproveitar". É louco como a gente é amor.

Christiane também falou sobre os seus 50 anos de carreira e de autores e personagens que marcaram a sua trajetória.

— Cinquenta e poucos anos, né? Porque, na verdade, a minha primeira aparição na TV foi em 1970, no "Teatrinho Trol". Depois, em 1975, eu cheguei na Globo, num programa do Walter Avancini chamado "Indulto de Natal". Eu sou muito grata a alguns autores que me escolheram, que de algum jeito ficaram me esperando. Eles ficam esperando a gente crescer. Depois você vai descobrir que tinha um par de olhos te olhando há 10, 20, 30, 40 anos. Eu sou muito grata a esses autores, porque eles percebem alguma coisa muito pessoal que vai somar com aquela personagem e vai criar uma outra coisa. Eu fui escolhida, eu sei que sim. Eu acredito nessa coisa meio metafísica. As vezes tem uns desertos, e eu penso "não tem alguém me olhando?". E logo depois acontece algo. Ivani Rieiro, Gloria Perez, Manoel Carlos, Aguinaldo Silva, Janete Clair (são autores que a escolheram).

Ela também falou sobre seu ativismo pela Amazônia e a situação do Rio Grande do Sul, que foi assolado pelas enchentes:

— O que fazer todo mundo já sabe há mais de 20 anos. O problema é uma coisa chamada vontade política. Hoje em dia, o que eu faço? A ideia é reflorestar mentes. Porque se não reflorestarmos as mentes não vai adiantar. O dinheiro não falta, a tecnologia não falta — disse a atriz, que faz parte do conselho da Fundação Amazônia Sustentável.

Segundo Christiane, a educação que recebeu em casa foi a responsável pelo seu interesse em temas como o meio ambiente:

— Nós (ela e o irmão) fomos incentivados a gostar de pensar, do pensamento, aprendi a ler jornal. Eu aprendi coisas em casa que foram estimulando. Eu fazia sociologia na PUC, na época da ditadura, e eu dizia que estava indo para o campus, que ia ter greve, e mamãe dizia "vou junto". Eu herdei um bastão.

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