BRASÍLIA - O ministro Luís Roberto Barroso , do Supremo Tribunal Federal ( STF ), disse neste sábado que espera a “diminuição do poder e do prestígio do populismo conservador de extrema direita” no mundo. Sem citar nomes de governantes, o ministro também repudiou o radicalismo, o nacionalismo e o autoritarismo. As declarações foram dadas em uma palestra proferida pela internet para o Instituto de Direito Público (IDP), do qual Gilmar Mendes é sócio.
— Tenho muita esperança que a corrente que defende o solidarismo e o cosmopolitanismo possa prevalecer sobre a que defende o nacionalismo e o protecionismo econômico. Eu espero uma certa diminuição do poder e do prestigio desse populismo conservador de extrema direita. O mundo tem espaço para liberais, conservadores e progressistas. O que não deve ter incentivo é a intolerância, o radicalismo e o autoritarismo. Talvez nós possamos viver uma onda progressista no mundo de uma maneira geral — disse Barroso.
Há dois anos, Barroso e Mendes tiveram uma discussão no plenário do STF e, desde então, não se falavam. Recentemente, fizeram as pazes. Neste sábado, no início da transmissão dos eventos, ambos trocaram elogios mútuos. Ao fim, Barroso afirmou que sente saudade do convívio físico dos colegas do tribunal. Desde o início da pandemia no Brasil, em nome do isolamento social, as sessões de julgamento têm ocorrido à distância, por videoconferência.
— Esse isolamento compulsório fez com que as pessoas redescubram sua afetividade. Sentimos falta de estarmos juntos de abraçarmos um ao outro. Nós não somos um ninho de cobras. Podem acontecer acidentes na vida, mas nos queremos bem e nossas relações são cordiais — afirmou.