Às vésperas do depoimento do general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), ouviu do ministro da Defesa, José Múcio, e de comandantes militares que não há “constrangimento” por parte das Forças Armadas na convocação de membros da caserna pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.
—É de conhecimento de todos que existem pedidos tanto da oposição, quanto da base de apoio ao governo, de chamamento de membros das Forças Armadas, do Exército e da Marinha. Vim perguntar ao ministro, na condição de líder do Governo, se existe algum tipo de constrangimento e digo em alto e bom som que recebi como resposta do ministro Múcio, como dos comandantes militares, não há constrangimento nenhum — disse Randolfe.
A fala do senador ocorreu ao lado de Múcio, no Ministério da Defesa.
— Absolutamente nenhum constrangimento. Antes que ele falasse qualquer nome, nós dissemos que não — respondeu o ministro.
Está agendado para esta terça-feira, 26, o depoimento de Augusto Heleno. A ida dele atende a requerimentos de parlamentares da base e da oposição do governo. A defesa de Heleno solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele seja autorizado a não comparação à comissão, mas ainda não há decisão.
“Foram levantadas inúmeras suspeitas a respeito do envolvimento de membros das Forças Armadas nos crimes praticados no dia 8 de janeiro”, diz o requerimento apresentado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que pede a ida do general.
Já o depoimento do ex-ministro da Defesa Braga Netto está previsto para semana que vem. A poucos dias do fim da CPMI, que se encerra no dia 17 de outubro, parlamentares querem ainda convocar outros militares.
Sem data marcada, também estão na mira o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército; Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército; e Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais do governo Bolsonaro.