Política
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Por — Rio

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), bateu o martelo e definiu o deputado estadual Eduardo Cavaliere (PSD) como vice da chapa deste ano, quando tenta a reeleição, confirmou o GLOBO. O político de 29 anos venceu uma corrida interna que tinha como principal cotado o deputado federal Pedro Paulo (PSD). Nesta quinta-feira, o prefeito foi a Brasília informar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da decisão.

A confirmação encerra a principal novela do período pré-eleitoral no Rio. Paes sempre deu a entender que formaria uma chapa puro-sangue do PSD, mas partidos aliados, como o PT, reivindicaram a vaga até perceberem que o esforço seria em vão. O prefeito não abriu mão de colocar um aliado de máxima confiança porque tende a deixar o novo mandato no meio, caso reeleito, para disputar o governo do estado em 2026. Com isso, Cavaliere assumiria a prefeitura.

Desgastado pela revelação de um vídeo íntimo gravado em ligação de WhatsApp por uma mulher que conheceu em 2020, Pedro Paulo foi rifado, a despeito de em vários momentos a preferência de Paes por ele ter sido considerada quase inegociável. Na semana passada, o próprio deputado comunicou ao prefeito que desistiria da indicação, mas o movimento foi encarado mais como um teste para a repercussão da história do vídeo do que uma desistência real.

O principal aliado de Paes na política também despertava preocupação na campanha por causa de um episódio do passado: a acusação de ter batido na ex-mulher — que, apesar de arquivada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), permaneceu viva enquanto fato político.

Na prática, a decisão sobre a vice é um baque na dinâmica entre Paes e Pedro Paulo, que caminham juntos há cerca de três décadas. E representa outro revés de cunho eleitoral para o deputado, que foi derrotado na disputa para prefeito em 2016 após a candidatura ser uma aposta de Paes — contra conselhos de vários aliados. No início deste governo Lula, outro momento em que o parlamentar teve expectativas frustradas foi durante a possível nomeação para o Ministério do Turismo, que chegou a ser considerada avançada antes de ruir.

Nota oficial

Já à noite, o prefeito confirmou em nota a informação revelada pelo GLOBO e disse que a atitude de Pedro Paulo de pedir para não ser o vice — e "colocar a família em primeiro lugar" — fez com que crescesse "ainda mais a minha admiração e o meu respeito por ele".

"O deputado estadual Eduardo Cavaliere, eleito pela cidade do Rio de Janeiro, é um jovem político que, desde cedo, demonstra seu comprometimento com o Rio", afirmou Paes sobre a escolha do vice.

Quem é Cavaliere?

Cavaliere exercia o cargo de secretário da Casa Civil da prefeitura, posto central para a administração pública, até o início de junho, limite determinado pela Justiça Eleitoral para políticos que pretendiam disputar as eleições deste ano. Foi exonerado justamente a fim de ser um “plano B” para Paes caso Pedro Paulo tivesse problemas no caminho.

O agora deputado foi ajudante de ordens na campanha de Paes ao governo do estado em 2018. Depois de também participar da campanha municipal de 2020, quando o prefeito voltou ao comando da cidade, o jovem passou a ser prestigiado. Assumiu a pasta de Meio Ambiente, na qual ficou até abril de 2022, quando precisou se exonerar para disputar a eleição para deputado estadual. Foi eleito com 33,6 mil votos, mas logo no início do mandato pediu licença para assumir a Casa Civil.

O trabalho de Cavaliere na gestão é descrito por pessoas que o acompanham como duro, de intensas cobranças — perfil parecido com o de Paes, o que desperta a simpatia do prefeito. O jovem preenchia duas características basilares para a escolha do vice este ano: afinidade política e conhecimento administrativo.

Apesar da confiança e da admiração do chefe por causa desse perfil, ele acumula insatisfações na classe política, sobretudo na Câmara Municipal. Reclamam que, a despeito de ocupar um cargo tão político quanto a Casa Civil, Cavaliere dava pouca atenção aos vereadores. O pouco tempo de estrada na política também costuma ser citado por quem critica a escolha.

Lula

Mesmo deixando nas entrelinhas há meses que não escolheria um petista para o cargo, Paes prometeu ao presidente Lula que não tomaria uma decisão sem conversar com ele. Na manhã desta quinta, ele embarcou para Brasília.

Pedro Paulo, inclusive, também era visto com rejeição no PT por ter votado a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.

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