Um passeio histórico pelo Conjunto de Favelas da Maré. Esta é a proposta da nova galeria do museu virtual Rio Memórias, que, por meio de fotos e documentos, volta no tempo para apresentar aos visitantes as primeiras ocupações do complexo, assim como as lutas e conquistas dos moradores da região em relação a moradia, saúde e educação.
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A exposição, que tem curadoria do historiador Mario Brum, convida o público para uma viagem on-line pelas 16 comunidades da Maré, jogando luz sobre a sua cultura vibrante, seus moradores e as lutas por direitos no território ao longo das décadas.
A evolução da Maré em exposição
— A gente busca mostrar com esta exposição que a Maré também faz parte do Rio. Trata-se de um território que os moradores construíram, muitas vezes sem ajuda do estado ou até na contramão dele, assim como eles ajudaram a construir a cidade do Rio. Inclusive, é importante ressaltar que a Maré é um bairro da cidade desde 1994. Esta nova galeria do museu virtual Rio Memórias é focada em dois elementos da Maré: a construção do território e a identidade dos seus moradores — diz Brum, que também é professor da Uerj.
O historiador explica o significado de uma mostra como esta:
— A Maré é um território com muita história. E, ainda que seja apresentada pela questão da criminalidade, é um território que produz muito saber. A pesquisa realizada para esta nova galeria teve a participação de três jovens estudantes da Uerj, que são meus alunos e moram na região, Tainara Amorim, Aristenio Gomes e Daniele Figueiredo, além do jornalista Hélio Euclides, do Maré de Notícias, e da equipe da ONG Redes da Maré. Esses jovens participam de cursos pré-vestibular na região e se mobilizaram na pandemia para a conscientização do uso da máscara e da prevenção da Covid-19 através da vacina. A Maré tem um dos índices de vacinação mais altos do Rio, graças ao esforço desses ativistas e das lideranças comunitárias da região.
Os visitantes da mostra vão constatar que só a partir de 1950, com a Avenida Brasil inaugurada, começam a surgir os primeiros barracos na Maré, nascendo, assim, as favelas. Até então só havia palafitas por lá.