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GERADO EM: 09/07/2024 - 03:30

Prisão e morte de Elias Maluco

Elias Maluco foi preso após reclamar de imitação de Seu Creysson, levando polícia a descobrir seu paradeiro. Capturado na favela da Grota, foi condenado em 2005 pela morte de Tim Lopes. Anos depois, encontrado morto na prisão.

Em setembro de 2002, 109 dias depois da morte do jornalista Tim Lopes — que foi sequestrado, torturado e executado por bandidos a mando de Elias Pereira da Silva — o traficante, conhecido como Elias Maluco, foi preso na favela da Grota, no Complexo do Alemão, na Zona Norte. Para capturá-lo, foi realizada a Operação Sufoco, que contava com 250 agentes por turno, que faziam um cerco no conjunto de favelas para localizar o criminoso. Um grampo telefônico usado na ação foi importante para identificar a área em que Elias estava escondido: uma das pistas de seu paradeiro surgiu quando reclamou de um policial que imitava Seu Creysson, personagem do "Casseta e Planeta", da TV Globo. A história inusitada viralizou nas redes sociais no último fim de semana.

Tim Lopes fazia uma reportagem sobre abuso de menores e tráfico de drogas num baile funk da comunidade da Vila Cruzeiro, na Penha, quando desapareceu, em 2 de junho de 2002. Seu corpo foi carbonizado no chamado "microondas", quando bandidos queimam a vítima dentro de uma fogueira de pneus, e seus restos mortais foram localizados num cemitério clandestino.

Principal acusado da morte de Tim Lopes, Elias Maluco — que, em 2005, foi condenado a 28 anos de prisão — era então procurado pela polícia, que utilizava o sinal da estação rádio-base para ter uma estimativa de onde o traficante estava. Pelo sinal telefônico, sabia-se que Elias estava no Complexo do Alemão, mas a amplitude da área era muito grande. Através de escutas, no entanto, a operação tentava pistas para se aproximar do alvo.

Quem acompanhava o grampo era a inspetora Marina Magessi — primeira mulher a chefiar a Coordenadoria de Inteligência da Polícia Civil, que morreu em 2017 — que relatou aos superiores uma situação curiosa, que ajudou os agentes a ficarem próximos ao criminoso. Em certa ocasião, ela informou a Zaqueu Teixeira, então chefe de Polícia Civil, que havia identificado uma reclamação do traficante: Elias Maluco se queixava de ouvir um policial imitando o personagem Seu Creysson, interpretado pelo comediante Cláudio Manoel no humorístico "Casseta e Planeta", atração da época.

— No segundo dia de operação, a Marina me contou este ardil de um dos policiais da equipe dela imitando o Seu Creysson, por onde eles estavam e que caiu no grampo (do Elias Maluco) esta imitação. Tipo assim: “Irmão, os caras estão em cima de mim, tem um policial que parece o Seu Creysson, que está perturbando no beco e quase me achou” — lembra Zaqueu Teixeira, que detalha ter ordenado que a equipe não se deslocasse, já que estava próxima ao alvo.

Quase 22 anos depois, essa história inusitada viralizou nas redes sociais no último fim de semana, depois de ser veiculada pelo canal do YouTube "Iconografia da História". Apesar de ter ajudado a ficar mais próxima de Elias Maluco, a informação não permitiu definir a residência em que ele estava.

Seu Creysson, personagem de Cláudio Manoel no 'Casseta e Planeta', da TV Globo — Foto: Divulgação / TV Globo
Seu Creysson, personagem de Cláudio Manoel no 'Casseta e Planeta', da TV Globo — Foto: Divulgação / TV Globo

Os agentes lembram que tiroteios teriam sido provocados por bandidos, na tentativa de afastar a polícia do esconderijo do traficante durante a operação. Mas um informante anônimo foi providencial na captura: a informação passada era a de que o traficante estaria em uma vila e aguardaria o horário da troca de guarnição para fugir. Quem conta é o Ronaldo Oliveira, então delegado da Divisão de Capturas Oeste da Polinter (DC-Polinter), unidade responsável pela prisão.

— Fomos checar. Ao chegar na terceira casa da vila, haviam dois idosos: os policiais entraram (no imóvel) e, no 2º andar, o Elias Maluco estava pronto para fugir, com documentos falsos e dinheiro — conta Ronaldo, atualmente delegado-assistente do Departamento de Interior da Polícia Civil.

Sem resistir à prisão, Elias Maluco ainda disse aos policiais: "Perdi, chefe. Só não esculacha, não". Após 18 anos, em setembro de 2020, ele foi encontrado morto em sua cela no presídio federal de Catanduvas, no Paraná.

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