Ele já teve músicas sampleadas por Jay-Z, Childish Gambino e Kanye West, coleciona parcerias com artistas de diferentes gerações e estilos, como Liniker, Emicida e Moreno Veloso (e grava, em 2024, álbum com Nando Reis), e acaba de voltar de turnês lotadas por Europa e Ásia. Marcos Valle chega, hoje, aos 80 anos, no mesmo momento em que também celebra 60 de carreira — e a todo vapor. A festa? Em cima do palco, como deve ser, com os parceiros musicais, amigos e fãs Marcelo D2, Frejat, Charles Gavin, Roberta Sá, Joyce Moreno e o grupo Azymuth.
- Fique por dentro: siga o perfil do Rio Show no Instagram (@rioshowoglobo), assine a newsletter semanal e entre na comunidade do WhatsApp para saber tudo sobre a programação da cidade
- Nando Reis, Elba Ramalho, Marcos Valle e mais: os shows da semana no Rio de Janeiro
— Hoje, sinto um prazer de tocar muito maior do que no começo. O palco e a música, atualmente, são a maior felicidade da minha vida — afirma Marcos, depois de dizer que começou muito tímido, lá nos anos 1960, e antes de brincar que só deve saber da metade do que vai acontecer no show desta quinta (14), já que estimulou os amigos a cantarem seus hits autorais.
O clima de espontaneidade e os encontros entre artistas de diferentes estilos no palco acabam por refletir a própria trajetória do músico, sempre marcada por muitas parcerias e misturas de ritmos — do jazz a bossa nova, MPB e música eletrônica — que deságuam em hits atemporais como “Estrelar”, “Nem paletó, nem gravata” e “Não tem nada não”, todas no setlist. Essa última, parceria com João Donato e Deodato, vai ser cantada por Roberta Sá.
— A música do Marcos, para mim, é um fim de tarde no Rio, daqueles que nos arrancam suspiros... Ou seja, a coisa mais bonita que existe — diz Roberta, que também destaca a "generosidade" do aniversariante.
Joyce, amiga de longa data, tem sua trajetória entrelaçada com a do anfitrião desde o seu disco de estreia, em 1968, com a música “O bloco do eu sozinho”, parceria de Marcos com Ruy Guerra. Décadas depois, nos anos 1990, os dois, como contam, seriam "redescobertos pelos DJs de Londres", com versões para suas músicas que as trariam para o presente e as apontariam para o futuro. A isso, Marcos credita a aproximação de um público mais jovem com a sua obra, que passou a ser ouvida e dançada pelas noites mundo afora — como é até hoje.
Essa "pista de dança londrina" em comum naquele momento do final do século passado, segundo Joyce, os aproximou ainda mais. Juntos, no Circo Voador, vão cantar parcerias "muito dançantes".
— Admiro muito a versatilidade do Marcos. Ele é capaz de compor desde baladas mais sofisticadas harmonicamente até temas pop deliciosos, daqueles que grudam na rádio-cabeça — elogia a cantora, que espera uma noite divertida. — O garoto merece.
Programe-se
Onde: Circo Voador. Quando: Qui, a partir das 20h. Quanto: R$ 70 (2º lote, com 1kg de alimento). Assinantes O Globo têm 50% de desconto. Classificação: 18 anos.