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Massacre de Rosewood

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O massacre de Rosewood foi um violento conflito motivado por questões raciais que ocorreu durante a primeira semana de janeiro de 1923 no Condado de Levy, Flórida, nos Estados Unidos. Ao menos seis negros e dois brancos foram mortos, embora sobreviventes tenham afirmado que os números foram maiores, e a cidade de Rosewood, quase totalmente destruída.[1] Pertubações ligadas à raça eram comuns nos Estados Unidos do início do século XX, refletindo as mudanças sociais que ocorriam rapidamente no país. Flórida tinha um número especialmente grande de linchamentos desde anos antes do massacre, incluindo um conflito racial bastante divulgado no qual um homem negro foi queimado em dezembro de 1922.[2]

Rosewood era uma cidade pacata, de maioria negra.[3] Estimulados por acusações não comprovadas de que uma mulher branca teria sido espancada e estuprada por um negro, homens brancos de cidades próximas lincharam um negro de Rosewood.[4] Quando os moradores negros se defenderam de ataques posteriores, centenas de homens brancos passaram a persegui-los e queimaram quase toda a cidade. Os sobreviventes se esconderam por dias em pântanos da proximidade e foram evacuados por trem e carro para outras cidades.[5] Embora autoridades locais e estatais estivessem cientes da violência, ninguém foi preso pelas atividades em Rosewood.[5] Os moradores negros abandonaram a cidade e jamais retornaram.

Embora o acontecimento tenha sido largamente reportado pelo país, há poucos registros documentados oficiais. Os sobreviventes, seus descendentes e os autores permaneceram silenciosos sobre o massacre por décadas.[6] Sessenta anos depois, a história de Rosewood foi revivida na mídia quando jornalistas a cobriram no início dos anos 80.[4] Em 1993, a Assembléia Legislativa da Flórida autorizou uma investigação sobre os eventos. Como resultado, a Flórida tornou-se o primeiro estado americano a compensar sobreviventes e seus descendentes por danos causados por violência racial.[7] O massacre foi tema de um filme de 1997 dirigido por John Singleton. Em 2004, o estado considerou o local de Rosewood, hoje uma cidade fantasma, como Florida Heritage Landmark, uma designação dada pelo estado para eventos ou locais importantes de sua história.[8]

Referências

  1. Dye, R. Thomas (1996), "Rosewood, Florida: The Destruction of an African American Community.", The Historian, 58 (3), pp. 605–622.
  2. Henry, Charles P (2007). Long overdue: the politics of racial reparations. [S.l.]: NYU Press. pp. 70–71. ISBN 978-0-8147-3692-0 
  3. Colburn, David R. (1997) "Rosewood and America in the Early Twentieth Century", The Florida Historical Quarterly, 76 (2), pp. 175–192.
  4. a b Moore, Gary (25 de julho, 1982). "Rosewood", The Floridian, insert magazine of The St. Petersburg Times (Florida), pp. 6–19.
  5. a b Jones, Maxine; Rivers, Larry; Colburn, David; Dye, Tom; Rogers, William (1993). «A Documented History of the Incident Which Occurred at Rosewood, Florida in 1923». Consultado em 12 de dezembro de 2013 
  6. Jerome, Richard (16 de janeiro, 1995). "A Measure of Justice", People, 43 (2), pp. 46–49
  7. Bassett, C. Jeanne (1994). "Comments: House Bill 591: Florida Compensates Rosewood Victims and Their Families for a Seventy-One-Year-Old Injury", Florida State University Law Review 22 Fla St. U.L. Rev. 503.
  8. Lashonda Stinson Curry (22 de janeiro de 2009). «The journey home». Gainesville. Consultado em 12 de dezembro de 2013 


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