Gabriela Loran: “Falei para todo mundo que estava em Malhação, mas ainda nem tinha feito teste” - Texto - Rádio Globo
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Gabriela Loran: “Falei para todo mundo que estava em Malhação, mas ainda nem tinha feito teste”

A atriz está no ar em “Renascer” como Maitê

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Gabriela Loran: “Falei para todo mundo que estava em Malhação, mas ainda nem tinha feito teste”. foto: reprodução instagram
Gabriela Loran: “Falei para todo mundo que estava em Malhação, mas ainda nem tinha feito teste”. foto: reprodução instagram

No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, o programa “No Ar”, com Léo Melo e Carol Barreto recebeu a atriz Gabriela Loran, uma das mais relevantes vozes sobre a diversidade. 

Gabi foi a primeira atriz trans a integrar o elenco de Malhação, interpretando a personagem Priscila, uma professora de dança. A artista contou, em primeira mão, como foi o processo até conseguir a personagem. “ Quando me formei, decidi passar três meses em Salvador. No final desse período, as pessoas me paravam e eu dizia que estaria na próxima temporada de Malhação. E não tinha nada até então. Quando cheguei no Rio, uma produtora da tv Globo me ligou para eu fazer o teste. Eu uso muito a lei da atração e aí coloquei a música da novela com meu despertador, troquei a senha do meu celular para “malhação vidas brasileiras” e, quando eu estava indo embora do teste, eu comecei a sentir o cheiro da minha vó e me emocionei muito. No dia seguinte, recebi uma ligação confirmando que eu seria a Priscila, de Malhação”, relembrou Gabriela.

Atualmente, ela está no ar em “Renascer”, como Maitê e, ao lado de Galba Gogoia e Bianca Della Fancy, forma o trio de amigas de Buba, personagem da atriz trans Gabriela Medeiros. 

“É muito importante ter, pela primeira vez, numa novela das 21h, que é a que mais impacta a população, uma personagem trans que tem um núcleo de amigas bem sucedidas e trocando afeto, é histórico. É bom para mostrar que não somos só sofrimento”, falou Gabriela

Gabi também reforçou a importância de termos, cada vez mais, artistas trans nas produções audiovisuais, uma vez que o mercado ainda está muito aquém do que deveria.

“Infelizmente, moramos em um país que mais mata pessoas trans no mundo. Então, para contrapor tudo isso, precisamos mostrar que nós existimos e somos muitas. Sobre atores cisgêneros interpretarem personagens trans, acho que, um dia, como atores e atrizes, a gente poderá interpretar qualquer personagem. Mas, hoje, se a gente já não tem oportunidade no mercado de trabalho, e a única chance que temos é tomada de nós, é algo muito triste. No dia que nós não formos mais o país que comete esse tipo de crime, a gente pode retomar o debate de pessoas cis atuando como trans em produções” falou. 

Além da atuação, a atriz reforçou a necessidade de haver profissionais trans ocupando outras posições dentro do audiovisual, como roteiristas, por exemplo. 

“Eu já tive que parar o meu trabalho para corrigir erros nos roteiros. Então, só quando incluírem efetivamente é que vamos ter essa diversidade para a gente avançar.”

Gabriela finalizou que quer mudar as manchetes das matérias, que sempre enfatizam a palavra Trans.

“A minha identidade vem antes do meu gênero. Eu sou Gabriela Loran, sou atriz, diretora, poetisa. Ser trans não define a mulher que eu sou”. 

 

 

 

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