Arqueologia

Por Redação Galileu

Durante escavações nas ruínas da Igreja de St. Polyeucte, em Istambul, na Turquia, arqueólogos desenterraram uma estátua que não parecia pertencer à coleção do sítio cristão. Com torso humano e chifres de bode, a figura ainda aparece tocando uma flauta, o que levou os especialistas à conclusão de que se trata de uma representação do deus grego Pã.

A divindade — também conhecida como “Lupércio” pelos romanos — era tipicamente retratada como um fauno, apresentando, além dos chifres, patas traseiras peludas e cascos fendidos. Na mitologia, aparecia sempre acompanhado de um conjunto de flautas de junco e associado à natureza e à fertilidade.

Por ser improvável que uma igreja cristã tivesse mantido uma estátua de um deus pagão, a hipótese é que a localização da peça seja resultado de um erro moderno. Ao site Live Science, Mahir Polat, porta-voz do município, lembra que, quando as ruínas de St. Polyeucte foram encontradas na década de 1960, o sítio arqueológico foi soterrado para nivelamento. “É provável que a estátua fizesse parte desse aterro”, afirma.

A estátua de 20cm foi encontrada próxima da estrutura principal da igreja — Foto: Divulgação/Município Metropolitano de Istambul
A estátua de 20cm foi encontrada próxima da estrutura principal da igreja — Foto: Divulgação/Município Metropolitano de Istambul

A descoberta ocorreu apenas algumas semanas depois que salas enterradas e um túnel foram reabertos sob as ruínas da igreja. A estátua de mármore tem 20 centímetros e foi encontrada em 1º de junho no lado noroeste do edifício principal, a cerca de 2,6 metros abaixo da superfície.

Polat avalia que a estátua parece ter sido feita durante o período romano, antes mesmo de Constantinopla (nome que a região de Istambul recebia antes da invasão otomana) ser fundada, em 330 d.C.. Segundo ele, análises mais aprofundadas devem ser realizadas para atestar com maior precisão a idade da peça.

Também ao Live Science, o historiador Ken Dark, que não esteve envolvido na descoberta, sugere que a estátua de Pã provavelmente estava entre os muitos objetos clássicos trazidos para Constantinopla entre os séculos IV e VI como obras de arte: “Elas não eram exibidas em igrejas ou mosteiros, mas eram usadas como ornamento em locais públicos seculares e palácios aristocráticos”.

Não se sabe ao certo o porquê de Constantinopla ter parado de importar tais figuras após o século VI. Acredita-se, porém, que essas peças tenham sido, cada vez mais, vistas como não cristãs. “Dessa forma, a estátua de Pã foi presumivelmente depositada, quebrada, nas ruínas da igreja depois que o prédio ficou fora de uso”, conclui Dark.

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