• Rodrigo Capelo
Atualizado em
Suor (Foto: Getty Images)

Hiperidrose ou sudorese excessiva, nome científico para suor em excesso, é um desconforto que afeta homens seja por herança, porque são geneticamente propensos a isso, seja por doenças como tireoide, câncer e obesidade, seja por estresse ou ansiedade. Qualquer que seja a causa, fato é que há poucas coisas mais chatas do que chegar ao trabalho ou qualquer que seja o seu destino suando mais do que você gostaria. A boa notícia é que nós, brasileiros, acabamos de ganhar uma alternativa no tratamento deste problema de saúde.


A técnica chama-se radiofrequência. Existente em poucos centros médicos do país, uma vez que ainda é novidade, o tratamento custa cerca de R$ 600 por sessão. Como são necessárias de quatro a seis delas para obter resultados, pode-se dizer que a conta chega a R$ 2,4 mil, portanto. É quase o mesmo preço da toxina botulínica, R$ 2,5 mil por aplicação, método mais utilizado por pessoas que queiram reduzir o suor, mas o tratamento é bastante diferente.


Enquanto a toxina é um botox injetado diretamente no músculo para gerar uma paralisia nele, no intuito de impedir glândulas sudoríparas de produzir suor, a radiofrequência é uma espécie de microondas, como o eletrodoméstico. É isso que este tratamento faz, porém na região onde há produção de suor demais: as glândulas sudoríparas são queimadas pela radiofrequência para que parem de funcionar. Elas levam de seis a oito meses para se recuperar e voltar a produzir suor. Depois deste período, o sujeito precisa fazer novas sessões para conseguir o efeito novamente.


O suor acaba totalmente?
Não. Assim como a toxina botulínica, a radiofrequência apenas ameniza a hiperidrose. Não é como a cirurgia, chamada simpatectomia, que corta o nervo simpático principal, responsável por avisar o cérebro que determinada parte do corpo precisa suar. Esta, sim, é definitiva, mas tem uma série de contras. O mais grave deles é que surge, depois dela, a dita sudorese reflexa, que causa suor em excesso noutra parte do corpo para compensar a parte seca.


Menos radical e potencialmente mais confortável que a toxina, pois não envolve agulhas enfiadas na pele do paciente, a radiofrequência ainda precisa de tempo para provar sua eficácia. “Ela está no Brasil há poucos meses, enquanto a toxina tem anos de mercado e está consagrada, tem garantia de efetividade”, avalia Carolina Marçon, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, em entrevista à GQ. “A radiofrequência é interessante, mas precisa de mais tempo e de mais experiências para sabermos se o efeito é igual”. No entanto, não foram encontradas contraindicações.