• Vinícius Tamamoto
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Você já despertou durante o sono ouvindo algum barulho abrupto e depois percebeu que ele foi imaginário? Conhecido como “síndrome da cabeça explosiva” , o distúrbio foi apelidado assim em 1988 pelo neurologista J.M.S. Pearce. Apesar de ser comum em pessoas na casa dos 50 anos, um estudo recente da Universidade do Estado de Washington descobriu que o problema é mais comum em jovens do que se pensa.
 

O médico Brian Sharpless, que conduziu a pesquisa, entrevistou 211 universitários. Destes, 18% deles já tinha experimentado a sensação pelo menos uma vez na vida. O estudo foi publicado no Journal os Sleep Research.

Por desconhecer o distúrbio,  grande parte das pessoas que acordam com esses barulhos acham que estão ficando loucas. Segundo o médico, ter um diagnóstico e saber que não estão sozinhas já é um alívio para elas.
 

Os sons ouvidos podem ser diferentes em cada indivíduo: explosões, fogos, batidas de portas, tiros e trovões. Alguns têm até distúrbios visuais, enxergando clarões. Em outros, a tal síndrome pode desenvolver insônia e elevar o nível de estresse por acreditar que podem sofrer algum tipo de ataque. Nesses casos, a taquicardia - aumento da frequência das batidas do coração - é comum. Segundo os médicos, o transtorno pode levar à depressão e à síndrome do pânico, a longo prazo.


A suspeita é que o distúrbio aconteça quando o cérebro está “desligando”. Ao invés de chegar às outras etapas do sono, as células responsáveis pela interpretação do sons acabam deixando de responder de uma vez. A "explosão" é interpretada pelo cérebro como um barulho muito forte e acaba despertando o indivíduo.


Ainda não há um tratamento adequado à síndrome, mas algumas drogas estão sendo testadas. Sharpless disse que uma delas não fez os sons desaparecem por completo, mas “diminuiu o volume”.