• Malu Echeverria
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Bebê; mão; contato; mãe; ansiedade de separação (Foto: Thinkstock)

De repente, aquele bebê simpático começa a chorar no colo de qualquer pessoa, mesmo das mais próximas. O que estaria por trás disso? Trata-se de um fenômeno chamado ansiedade de separação, que começa por volta dos 6 meses de idade, quando a criança se dá conta de que ela e a mãe são pessoas distintas. “Até esse momento, ela acreditava que ambos – mãe e filho – eram uma coisa só. E tal percepção gera angústia, uma vez que fere a onipotência do bebê, que pensa que tudo lhe pertence ou faz parte dele”, explica a psicóloga infantil Ana Cássia Maturano, de São Paulo. Como também ainda não compreende o conceito de permanência dos objetos – isto é, que eles existem, mesmo que não os veja –, o bebê pode imaginar que a mãe deixou de existir quando está longe dela. É como se ele a perdesse mesmo, ou fosse abandonado. Já pensou que aflitiva pode ser essa sensação?

A mamãe já volta!

No início da vida, o bebê precisa dos cuidados e da presença materna a maior parte do tempo, obviamente. Mas, após a licença-maternidade, de acordo com a psicóloga, tanto o conceito de permanência quanto a construção do ser desvinculado da mãe se desenvolvem gradualmente. “Ele pode até ficar chateado quando ela sai para trabalhar, mas aos poucos vai entender que ela volta, e isso irá aliviá-lo”, diz Ana Cássia.

Ok, agora você já entende o motivo de tanto chororô. Mas o que fazer para ajudar o seu filho a lidar com esses sentimentos? Para começar, na hora de se despedir, seja breve e demonstre que está tudo bem. Jamais saia escondido, mesmo que vá se ausentar por apenas algumas horas.

A brincadeira do “cadê, achou”, além de garantir boas risadas, ajuda a compreender que as coisas e pessoas continuam a existir, além da nossa visão. Vale experimentar. O que os especialistas chamam de objeto de transição (que pode ser uma fralda, uma manta ou um bicho de pelúcia) também é um recurso para enfrentar a situação e amenizar a angústia. Quando o segundo aniversário se aproxima, espera-se que o bebê já consiga tolerar melhor a ausência dos pais – sem muito choro na despedida e com alegria na volta!

Outra fonte: Edileide Castro, pedagoga e psicanalista, autora de “Afetividade e Limites” (Editora Wak)

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