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Por Livia Valim


Cena do filme "Histórias Cruzadas" (Foto: Reprodução) — Foto: Glamour
Cena do filme "Histórias Cruzadas" (Foto: Reprodução) — Foto: Glamour

Empatia, a palavrinha cheia de significado está sendo cada vez mais usada em meio a tanto julgamento, crítica e apedrejamento público. De origem grega, ela vem de “paixão” e quer dizer uma comunicação afetiva com outra pessoa e a capacidade de perceber o que o outro sente, sem que ele precise desenhar pra gente. Ou seja, um chega pra lá nas relações frias que o mundo digital vem criando. “Envolve também se distanciar dos nossos próprios pontos de vista, interesses e necessidades, pra compreender, aceitar e promover as necessidades alheias”, ensina a psicóloga Renata Green, da plataforma de orientação online Zenklub.

Procura-se
Fala-se tanto em empatia exatamente porque ela é um artigo em falta. Nas redes sociais, mais vale o vídeo do famoso em um momento íntimo do que pensar nas consequências devastadoras que a divulgação pode ter em sua vida privada. O fato de no mundo virtual as pessoas não serem vistas cara a cara também atrapalha a criação de empatia. Como não se vê, é mais difícil ser solidário e entender que opiniões contrárias às suas merecem ser expressadas.

Além disso, as relações supérfluas nos afastam de nós mesmos, o que dirá do sentimento alheio. “O nível de empatia é proporcional ao nível de preocupação com o nosso autoconhecimento e autopercepção. São coisas indissociáveis”, garante Renata. Por isso, é hora de desacelerar um pouquinho, voltar-se para si e só então ficar predisposto a perceber a linguagem emocional do outro.

Levante a bandeira
Muitos estudos sobre felicidade e comportamento humano falam da importância de se criar vínculos satisfatórios para a realização pessoal. A empatia é um excelente caminho pra formar parcerias. “Ela estreita os relacionamentos e ajuda a desapegar da visão autocentrada e narcisista que gera ansiedade e solidão”, diz a psicóloga. Em qualquer campo da nossa vida, estabelecer empatia torna as pessoas mais abertas às opiniões e permite diálogos com pouca resistência. Levando em conta as discussões políticas que vêm separando até familiares, parece impossível viver num mundo empático, não parece? Por isso é preciso sair despejando compreensão e afeto por aí. Um “explique porque você pensa assim para eu te entender melhor” quebra o gelo com qualquer hater do seu círculo de amizades.

Um, dois, três...
A palavra-chave para exercitar a empatia é abertura. Abra-se para o mundo interior e exterior. Deixe de lado as convicções inflexíveis e analise que, se tem de alguém que pensa diferente de você, é porque existe a possibilidade de outra forma de ver o mundo ser tão legítima quanto a sua.

“Uma experiência interessante é fazer força para reconhecer conscientemente as nossas emoções todos os dias. Como acordou meu corpo e minha mente? Isso permite nos darmos conta de todas as pessoas a nossa volta. Enxergar cada um como um ser tão complexo quanto você. Isso é treinar sua empatia!”, garante Renata.

Se você tem filhos, o exercício deve começar cedo. Daniel Goleman, psicólogo reconhecido internacionalmente por seus estudos na área de Inteligência Emocional, escreveu um artigo exemplificando como podemos ensinar empatia para as crianças: “Organizar as crianças numa roda de conversa no início da aula e dar espaço para cada uma dizer como se sente naquele dia. Essa simples atitude faz com que os alunos criem o hábito de autoconsciência”.

Torne esse um hábito familiar no final do dia. As crianças vão expressar o que sentem e aprender a ouvir os sentimentos dos outros.

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