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Indignação

Família de Drummond se manifesta de forma indignada a respeito da Medalha da Biblioteca Nacional

Medalha da BN que Drummond recebeu

Replico aqui a nota enviada para o meu blog por Pedro e Maurício Drummond, netos e detentores dos direitos da obra de Carlos Drummond de Andrade. Por absoluto respeito à sua memória, eles não cogitaram a devolução da Medalha à Biblioteca Nacional, afinal, o poeta já não está entre nós. Segundo Pedro, “minha família está numa situação delicada porque  devolver a medalha, como nos foi sugerido, seria contradizer a atitude que Carlos teve há quase 40 anos em outro contexto, e desconsiderar a tradição da Casa que homenageou tantos expoentes de nossa literatura, como Gilberto Freyre, e outros que não foram mencionados na notícia”.

Mas a trajetória de resistência e crítica ao autoritarismo, característica da trajetória de Drummond, nos fazem supor que não haveria outra hipótese: se vivo, ele devolveria, da mesma forma que recusou inúmeros convites a honrarias durante a ditadura militar.

Abaixo, o texto. A.

“Em 1985, o escritor Carlos Drummond de Andrade recebeu a Medalha Biblioteca Nacional – Ordem do Mérito do Livro, concedida a intelectuais e autoridades que se distinguiam pelo trabalho em favor da cultura, do conhecimento e do saber. Agora, noticia-se que a comenda será entregue ao deputado Daniel Silveira, condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal por ataques à democracia e a instituições que a legitimam.

Diante desse verdadeiro deboche, a família de Carlos Drummond de Andrade vem a público lembrar que o poeta recebeu a homenagem quando a Biblioteca Nacional era dirigida pela escritora Maria Alice Barroso, nome respeitável que honrou e engrandeceu a Casa que também já teve, como diretores, intelectuais do porte de Josué Montello e Affonso Romano de Sant’Anna. Época em que o Brasil era outro, com autoridades que se faziam merecedoras de respeito pela dignidade, pelo decoro e pela conduta ética, mandatários que, diferentemente de hoje, não nos envergonhavam como povo e não nos apequenavam como nação.”

 

  

 

 

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