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Crise Moro

Moro rebate Bolsonaro: "Presidente tem que explicar relação entre inquérito no Supremo e demissão de chefe da PF”

Jair Bolsonaro e Sergio Moro no lançamento da campanha "Agenda Positiva Regional"

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro precisa explicar como o inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo deputados bolsonaristas “se relacionaria com a substituição do diretor-geral da Polícia Federal”. A frase faz parte de uma nota divulgada pelo ex-ministro nesta terça-feira (5) para rebater Bolsonaro.

No fim desta tarde, Bolsonaro mostrou, na porta do Palácio do Alvorada, novas mensagens trocadas entre ele e Moro antes do ex-ministro pedir demissão. Elas mostram que no dia 22 de abril o presidente enviou a Moro um link do site “O Antagonista” que cita o envolvimento de parlamentares bolsonaristas no inquérito do STF sobre fake news. Segundo Bolsonaro, a resposta do então ministro era que aquilo era “fofoca”.

Em nota, Moro rebateu a fala de Bolsonaro de que teria chamado a investigação envolvendo os bolsonaristas no STF de “fofoca”. “A ‘fofoca’ empregada na resposta à primeira mensagem tem esse sentido, de que a PF nada fazia além de seu trabalho regular”, afirmou o ex-ministro. Moro relatou que Bolsonaro enviou nos dias 22 e 23 de abril o mesmo link do site “O Antagonista” com a reportagem sobre o inquérito do STF envolvendo deputados bolsonaristas e que "nas duas vezes, ciente da intenção do presidente de substituir o diretor-geral da PF, buscou minimizar o fato, afirmando que quem conduzia o inquérito era o ministro Alexandre de Moraes e que a PF só cumpria ordens". 

O ex-ministro diz também que não conseguiu responder à afirmação de Bolsonaro de que a existência do inquérito no STF seria mais um motivo para troca do comando na PF. "Entendo, respeitosamente, que cabe ao presidente da República explicar como o inquérito se relacionaria com a substituição do Diretor-Geral da PF".

A troca de mensagens entre Bolsonaro e Moroa conteceu dois dias antes de Maurício Valeixo ser exonerado do cargo de diretor-geral da PF e de Moro pedir demissão da pasta da Justiça.

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