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Caso Queiroz

Queiroz financiou seu apartamento na Caixa três meses antes de pagar R$ 133 mil em dinheiro vivo por cirurgia

Fabrício Queiroz na casa em que foi preso, em Atibaia

Três meses antes de pagar uma cirurgia ao Hospital Albert Einstein, no valor de R$ 133 mil em dinheiro vivo, o ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, recorreu a um empréstimo junto a Caixa Econômica Federal para comprar o apartamento onde hoje cumpre prisão domiciliar, no Rio de Janeiro. O valor do financiamento foi de R$ 285.520.

Documentos da compra do imóvel mostram que Queiroz deu uma entrada de R$ 71.380. Não é possível, porém, saber como o montante foi pago, já que o dado aparece na escritura como “instrumento particular”. O MP encontrou uma agenda de Marcia Aguiar, mulher de Queiroz, onde ela anotou os gastos da cirurgia e da viagem para SP, em um total de R$ 174 mil, identificado por ela como “dinheiro recebido”. Para os promotores, esse valor tem origem desconhecida.

Quando O GLOBO revelou que Queiroz pagou com dinheiro vivo a cirurgia para tirar um câncer, a defesa do ex-assessor disse, na época, que o dinheiro estava guardado para quitar negócios imobiliários. Procurado, o advogado Emílio Catta Preta, que assumiu a defesa do ex-assessor há dois meses, disse que “a preferência por financiar parte do imóvel se deveu aos baixos juros de tal operação, menores que a lucratividade que obtinha com a aplicação dos recursos”.

A investigação da rachadinha, que mira Queiroz e o senador Flávio Bolsonaro, mostrou que a circulação de dinheiro na conta do ex-assessor parlamentar era alta. O Ministério Público do Rio identificou 483 depósitos de pelo menos 13 ex-assessores na conta bancária de Queiroz, por transferência, cheque ou dinheiro em espécie, num total de R$ 2 milhões.

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