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Saraiva negocia venda do seu site e prepara novo plano de recuperação judicial

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A livraria Saraiva está negociando a venda do seu e-commerce para ajudar a viabilizar seu processo de recuperação judicial, cujas dívidas somam quase R$ 600 milhões. Até então, o grupo tentava se desfazer apenas de suas lojas físicas. 

Segundo informou a consultoria Galeazzi & Associados em assembleia de credores hoje, a varejista já recebeu ofertas pelo seu site e está avaliando as propostas. Diante do interesse, a companhia pediu para que a assembleia fosse suspensa e que um novo encontro com os credores fosse marcado para 15 de outubro. Antes, no dia 8, a Saraiva vai apresentar um novo desenho do plano de recuperação judicial, que já deve incluir a possibilidade de venda do e-commerce.

No plano que seria submetido aos credores nesta quarta-feira, a Saraiva propunha vender até 44 das suas 57 lojas para fazer frente às dívidas. Entre os endereços à venda estão lojas como as dos shoppings Rio Sul, Morumbi e Iguatemi e do aeroporto de Guarulhos. 

A Saraiva dividiu os estabelecimentos em dois grupos e tentará vender um deles em leilão, ficando com as unidades remanescentes. No maior deles, o preço mínimo desejado pela Saraiva é de cerca de R$ 275 milhões. Quem comprar os lotes poderá operar as unidades sob a marca Saraiva, levando estoques e funcionários, mas sem as dívidas. 

Interlocutores do mercado editorial questionavam, porém, os valores sugeridos, argumentando que o que a Saraiva possui de mais atrativo é justamente sua operação de e-commerce. Além disso, nos últimos meses, a Saraiva já vinha fechando algumas de suas lojas mais tradicionais, como a da Rua do Ouvidor, no Centro do Rio, que será ocupada pela rival Leitura a partir do mês que vem. 

Enquanto redes como Saraiva e Cultura sucumbiam, o varejo livreiro on-line no Brasil era dominado pela Amazon, que se tornou a maior vendedora de livros do país este ano. Tímida, a reação que havia até então vinha de concorrentes de fora do ramo de livrarias, como a Magazine Luiza, que comprou este ano a Estante Virtual da Cultura por R$ 31 milhões. 

Hoje, informou-se na assembleia da Saraiva que um dos grupos interessados no site é uma empresa nacional de capital aberto, mas nenhum nome foi citado. 

— Para os credores, a possibilidade de venda do e-commerce seria vantajosa, já que facilitaria o pagamento das dívidas — explicou Felipe Maluly, do Maluly Jr. Advogados, que representa alguns credores da Saraiva. 

A Saraiva conseguiu aprovar seu plano de recuperação judicial no ano passado, mas suas operações foram prejudicadas pela pandemia. Isso obrigou a varejista a voltar à mesa de negociação com os credores na tentativa de aprovar um novo desenho que seja viável.

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