A XP está acusando o Acqua-Vero, escritório de agente autônomo que a trocou pelo BTG Pactual, de descumprir contrato e tentar obter dados ilegalmente. A corretora também afirmou que, caso a assessoria insista em deixar a XP, terá que pagar multa rescisória de R$ 134,8 milhões até segunda-feira.
Já o Acqua-Vero decidiu rescindir o contrato com a XP por “justa causa” nesta segunda-feira, sem cumprir os 60 dias de aviso prévio, dizendo que foi a corretora que descumpriu regras.
Com R$ 8,5 bilhões em ativos sob custódia, o Acqua-Vero comunicou à XP na semana passada que gostaria de encerrar o contrato com a empresa de Guilherme Benchimol. Ao mercado, disse que saía para se transformar em corretora e que se plugaria ao BTG Pactual, que se tornaria sócio do negócio.
Notificações
Desde então, a XP já notificou a companhia duas vezes, acusando-a de descumprir cláusulas contratuais com o movimento.
Primeiro, a XP alega que tinha contrato de dez anos com o escritório e que a comunicação de desligamento, por si só, já equivalia a uma violação. A empresa de Benchimol sustenta que disse ao Acqua-Vero que queria negociar sua permanência, como previsto no contrato, e que precisava ter acesso à proposta da concorrência. Mas a assessoria não teria respondido a seus questionamentos.
Além disso, a XP acusa o escritório de várias irregularidades. Entre elas estariam “comportamentos anômalos nos acessos às informações confidenciais de clientes nos seus sistemas, por endereços de IP ligados à Acqua-Vero, que indicam o uso de robôs (crawlers) para a obtenção/cópia maciça de informações confidenciais confiadas à XP.
Segundo a XP, o Acqua-Vero também tem lançado “graves retaliações” contra assessores que não querem se desvincular da XP.
A XP notificou a companhia para que ela comprove “a efetiva destruição dos dados ilegalmente copiados dos seus sistemas” e “se abstenha de realizar qualquer espécie de aliciamento de clientes da XP.”
Acqua-Vero: XP cortou acesso a software
Já o Acqua-Vero disse, em nota, que decidiu rescindir o contrato por justa causa devido ao “descumprimento de uma série de regras da relação (…) por culpa exclusiva da XP e cobrar as indenizações devidas.”
“Entre as infrações cometidas pela XP está o cancelamento do acesso ao software de gestão dos clientes, o que impossibilitou a continuidade da prestação de serviços”, acrescentou.