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Após áudios sobre 'rachadinha', Queiroz repete ameaça antiga de Mourão sobre intervenção militar: 'Aviso foi dado'

Queiroz



Um recado de Fabrício Queiroz diante de novas revelações sobre o esquema de “rachadinha” em gabinetes da família Bolsonaro foi publicado online na quarta-feira, em forma de ameaça, pelo ex-assessor parlamentar. Em sua conta no Instagram, restrita a amigos, ele compartilhou um vídeo de três minutos que contém uma fala antiga de Hamilton Mourão sobre a possibilidade de intervenção militar no país, dita quando o general ainda não era vice-presidente.

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A publicação ocorreu horas antes do início da sessão da CPI da Covid que culminou numa nota da Defesa e das Forças Armadas contra o colegiado. O conteúdo foi extraído da plataforma Tik Tok, acompanha uma música dramática ao fundo e foi visto por pouco mais de cem amigos de Queiroz.

Durante uma palestra em Brasília, em setembro de 2017, Mourão disse que o Alto Comando do Exército considerava intervir nos Poderes caso eles não solucionassem “o problema político”. À época, Michel Temer havia acabado de ser denunciado por Rodrigo Janot ao Supremo por organização criminosa e obstrução de Justiça. A crise foi abafada quando a Câmara, pela segunda vez, livrou o então presidente de investigação durante o mandato. Ao compartilhar o discurso, Queiroz escreveu uma mensagem breve: “Aviso foi dado”.

Tal qual Temer naquele episódio, o PM reformado tem uma série de problemas a resolver com o Judiciário. No ano passado, foi denunciado junto a Flávio Bolsonaro por operar a devolução de salários de funcionários no antigo gabinete do senador. Agora, áudios de Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada de Jair Bolsonaro, indicaram que o presidente estaria envolvido no caso.

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Os registros foram revelados pela jornalista Juliana Dal Piva, do UOL, na segunda-feira, e encaminhado à PGR pelo PSOL no mesmo dia. O partido quer que Augusto Aras peça para investigar Bolsonaro, como Janot fez com Temer. A ameaça de Queiroz surge nesse contexto.

Disse Mourão, há quatro anos, agora parafraseado:

— Na minha visão, que coincide com a de meus companheiros do Alto Comando do Exército, nós estamos naquilo que poderíamos lembrar da tábua de logaritmo. Aproximações sucessivas. Até chegar o momento em que ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos. Ou, então, nós teremos que impor isso. (...) Os Poderes terão que buscar a solução. Se não conseguirem, chegará a hora que nós teremos que impor uma solução. E essa imposição não será fácil, ela trará problemas. Podem ter certeza disso aí.

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Publicação de Fabrício Queiroz

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