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crise no MEC

Aliados dizem que Milton Ribeiro comunicou licença do cargo a Bolsonaro

O ministro da Educação, Milton Ribeiro

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, deve pedir licença do cargo ainda hoje. No seu lugar deve assumir como substituto o secretário-executivo do MEC, Victor Godoy. Segundo aliados de Ribeiro e de Bolsonaro, foi o próprio ministro da Educação que tomou a iniciativa e informou ao presidente e seu entorno da decisão. 

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Ribeiro voou de São Paulo para Brasília no sábado e na noite de ontem teve uma conversa com Bolsonaro, na qual debateram a saída temporária do ministro em razão do escândalo no MEC. 

Desde a quinta-feira passada um grupo de aliados do presidente tentava convencer Bolsonaro e Ribeiro a aceitar a licença – solução alternativa à demissão, à qual Bolsonaro vinha resistindo. 

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Na conversa com Ribeiro ontem, o presidente teria se convencido. Segundo os relatos desses aliados, o ministro justificou a saída pela escalada da crise e pela pressão que sua família tem sofrido em consequência da repercussão do caso. 

No grupo de aliados que defendem a licença estão o pastor Silas Malafaia, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o ex-senador Magno Malta, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Marcos Feliciano e o ministro do Supremo André Mendonça.

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Por essa saída, Ribeiro deixa o governo e é  substituído pelo secretário-executivo, Victor Godoy,  e pode voltar caso o inquérito da Polícia Federal conclua que ele é inocente.

Desde a semana passada, mais de uma dezena de prefeitos denunciaram que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura pediam propina para liberar dinheiro do Ministério da Educação para obras e serviços. 

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Em áudio revelado pela Folha de S. Paulo, o próprio ministro diz que dá prioridade aos pleitos do pastor Gilmar, por ordem do presidente da República. 

Bolsonaro tem resistido em afastar Ribeiro, alegando que as suspeitas não envolveriam o ministro diretamente. Em sua live semanal, na quinta, afirmou inclusive que bota "a cara no fogo" pelo ministro.

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O caso, porém, incomoda lideranças evangélicas. Eles dizem que não vêem risco de os evangélicos deixarem de votar em Bolsonaro por causa do escândalo, mas temem que o caso desmoralize a presença dos evangélicos na política. 

Na noite de domingo, o deputado federal e líder da Frente Evangélica, Sóstenes Cavalcante, engrossou a pressão, apelando a Ribeiro que se licenciasse. "Na minha avaliação, ele poderia fazer um gesto de solidariedade ao segmento evangélico e enquanto durarem essas investigações, se afastar do cargo."

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Na madrugada desta segunda-feira, o pastor Marcos Feliciano, que é deputado federal, defendeu em uma rede social o afastamento de Ribeiro. 

"Ministro @mribeiroMEC qdo o senhor precisou, em sua indicação, eu o defendi, qdo errou empregando esquerdistas eu o repreendi. Hj peço por favor, se licencie até o término das investigações, pois nós evangélicos estamos sangrando. Sendo provada a inocência, retorne ao cargo", escreveu.

 

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