Malu Gaspar
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Malu Gaspar

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Informações da coluna

Por Rafael Moraes Moura

Após a péssima repercussão da reunião com embaixadores, marcada por mentiras e ataques infundados às urnas eletrônicas, a campanha de Jair Bolsonaro está preocupada com a possibilidade de o presidente repetir o script durante a convenção que vai oficializar a sua candidatura. O evento foi marcado para este domingo (24), no Rio de Janeiro.

O plano da equipe de marketing do PL é apostar em um discurso mirando o eleitor feminino e exaltando medidas sociais de apelo às camadas mais pobres da população.

Ou seja: o roteiro original não prevê qualquer referência às urnas, que são usadas nas eleições brasileiras desde 1996 – e sem nenhuma acusação de fraude comprovada até hoje. O único problema, no entanto, é que o próprio presidente é incontrolável e gosta de falar de improviso.

A avaliação no entorno de Bolsonaro é que a incansável ofensiva contra as urnas eletrônicas afasta eleitores moderados, serve apenas para pregar para convertidos – e ainda passa a imagem de candidato perdedor.

“A cabeça do mito é aquela caixinha de surpresas”, diz um aliado do presidente à equipe da coluna. “O sucesso da campanha do Bolsonaro depende de dois fatores principais: a rapidez e o vigor da retomada da economia; e sua capacidade de demonizar o lulopetismo.”

O foco nas mulheres e nos mais pobres, pelo menos no discurso da convenção, está relacionado à alta taxa de rejeição de Bolsonaro nesses dois segmentos do eleitorado – os mesmos em que Lula amplia a sua vantagem sobre o mandatário, segundo as pesquisas.

O Palácio do Planalto aposta que o presidente vai ganhar tração nas pesquisas eleitorais com a redução no preço do combustível, além da ampliação de R$ 400 para R$ 600 do valor mensal do Auxílio Brasil e da criação de um voucher de R$ 1 mil para caminhoneiros autônomos.

O chefe do Executivo também deve aproveitar o evento de oficialização da sua candidatura para resgatar a bandeira anticorrupção e usar a pauta de costumes e a “defesa da família” para se contrapor ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Interlocutores de Bolsonaro dão como certo que os escândalos de corrupção da Lava-Jato e a fala de Lula sobre aborto serão divulgados à exaustão ao longo da campanha para afastar o eleitorado mais religioso do PT.

A quatro dias da convenção, a campanha do presidente Jair Bolsonaro traçou uma estratégia para tentar impedir o esvaziamento do evento, articulado por apoiadores de Lula.

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