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crise dos combustíveis

Chegada de Paes de Andrade a Petrobras faz executivos traçarem 'plano de fuga' da companhia

Caio Mario Paes de Andrade, assessor do ministro Paulo Guedes

A expectativa de que o novo presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, vá trocar toda a diretoria da companhia, já fez com que alguns dos atuais diretores e  gerentes executivos começassem a procurar emprego na iniciativa privada. 

Pelo menos dois diretores e um gerente-executivo já tomaram essa iniciativa, temendo pelo futuro da empresa. Para eles, mais do que trabalhar para reduzir o preço dos combustíveis, a tendência é que a diretoria escolhida por Paes de Andrade trabalhe para promover interesses das correntes do Centrão que batalharam publicamente pela saída de José Mauro Coelho da presidência. 

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O mais aguerrido dos defendores da troca no comando da Petrobras foi o presidente da Câmara, Arthur Lira, que nos últimos dias disse a mais de um interlocutor na Câmara ter expectativa de indicar um diretor. 

Lira pediu a renúncia de José Mauro publicamente e chegou a ameaçar abrir uma CPI para investigar os gastos da empresa com diárias de viagem e passagens de avião.

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Desde que a indicação de Paes de Andrade foi confirmada pelo presidente Jair Bolsonaro, ele se reuniu e conversou por telefone com diversos executivos de mercado, para convidá-los para compor o conselho da companhia. 

A atitude causou estranheza em dois dos executivos procurados, uma vez que cabe ao conselho supervisionar o trabalho da diretoria e não o contrário. 

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O escolhido pelo Planalto para ser presidente do conselho, Gileno Gurjão Barreto, é o presidente do Serpro, a estatal de tecnologia do governo, que até outro dia era Paes de Andrade na secretaria o especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, que agora será presidente da Petrobras.

O próprio Barreto confidenciou aos interlocutores no governo nos últimos dias que a ordem do governo é trocar toda a diretoria.

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Para os principais executivos da Petrobras, deixar o cargo neste momento significaria abrir mão da metade do bônus previsto para o ano. É o que prevê a regra na Petrobras e o que torna a saída bem mais difícil de acontecer.

Ainda assim, segundo um dos executivos de mercado que foi procurado por colegas da Petrobras, há quem considere que vale a pena tentar uma vaga fora da empresa e tentar compensar essa perda no novo emprego. 

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"Eles estão desanimados, não confiam no novo presidente. Acham que o Caio está vindo para desfazer tudo o que foi feito nos últimos tempos", comentou esse executivo. Entre as "coisas que foram feitas" está a venda de ativos, como refinarias, a BR Distribuidora e uma fábrica de asfalto – além, é claro, da política de preços dos combustíveis em paridade com o mercado internacional. 


 

 

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